Passado o alívio de outubro, quando a bolsa registrou a primeira alta do segundo semestre e o dólar a primeira queda mensal desde julho, o mercado entra novembro com o olhar cada vez mais focado em 2016. A verdade é que o estrago de 2015, seja qual for o tamanho analistas consultados semanalmente pelo Banco Central já estimam queda do PIB na casa dos 3% , não é mais motivo de nervosismo. Já está precificado, na linguagem dos investidores.
Essa também é a percepção de empresas. Algumas, em vez de esperar a a crise arrefecer, começam a olhar alternativas no mercado de ações para tentar se descolar do cenário negativo que já está sendo projetado para 2016.
Embora os planos para abertura de capital não sejam para o curto prazo, essas companhias estão fazendo a lição de casa, trabalhando em estruturas internas e iniciando conversas com possíveis investidores. Os objetivos passam pela captação visando sustentar investimentos e crescimento, além de ganhar credibilidade que pode vir na esteira de uma sucedida oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
Para essas companhias, a BM&FBovespa realiza desde 2002 o Fórum de Abertura de Capital. Uma das estratégias indicadas nesse evento de consultoria é que as empresas realizem, antes da emissão de ações, a listagem na bolsa de valores. Uma vez listada, a companhia passa a adotar práticas de empresas abertas e começa a ser conhecida pelos investidores. Com o nome mais ventilado no mercado, crescem as chances de obter resultados positivos no momento da oferta pública de ações.
Esse tipo de planejamento pode ter faltado às empresas no passado. Depois de dez meses, apenas uma realizou IPO em 2015, e é improvável que esse número cresça.