Uma história infantil conta que um garoto costumava pedir ajuda contra um lobo que atacava suas ovelhas, mas, quando o socorro chegava, mas não havia ameaça real. Certa vez, de fato um lobo atacou o rebanho, e quem poderia ajudar, ressabiado com alarmes falsos, não apareceu.
No Rio Grande do Sul, há um lobo - o desequilíbrio entre a receita e as despesas chegou ao limite. Mas é preciso cuidado ao acionar o alarme: de tanto soar, o pedido de apoio corre o risco de não ser levado a sério e neutralizar o socorro.
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Atrasar salários do funcionalismo pode ajudar a criar o ambiente para medidas mais duras. Ocorre que receber em dia é um direito de qualquer trabalhador, público ou privado. Mas é preciso distinguir direito de privilégio. O que o governo precisa fazer de uma vez, sem se estender em gradualismos exasperantes, é encontrar uma forma de eliminar distorções.
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É duro ouvir, oito meses após a posse, que será criado um grupo de trabalho para buscar saídas para a crise financeira. Se o Piratini não tem uma conclusão, empresários indicam o caminho.
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Antes da palestra do secretário da Fazenda, Giovani Feltes, nesta terça na Federasul, o presidente da entidade, Ricardo Russowsky, vai deixar clara a oposição ativa ao aumento de ICMS e apontar uma saída: criar um fundo de previdência, com recursos de privatizações e contribuição de ativos e de inativos.
- É uma medida estrutural, que já deveria ter sido tomada. Se esse é o maior problema das finanças do Estado, é óbvio que é o que tem de ser resolvido - avalia Russowsky. Não por ideologia, mas por praticidade, as entidades empresariais ligadas ao comércio - Federasul e Fecomércio - já fecharam questão contra o aumento do ICMS.
Não só porque vai reduzir as vendas, mas porque pode não surtir o efeito desejado e, em cenário de crise, pode até provocar o resultado inverso ao esperado. As duas entidades combinaram que vão mobilizar as associações de comércio e indústria (ACIs) do interior para mostrar aos deputados, em suas bases eleitorais, os riscos da medida.