Após levar um suador e não conseguir atender a procura dos consumidores por aparelhos de ar-condicionado devido ao calor atípico do verão, a indústria de produtos eletroeletrônicos promete não ser surpreendida caso a venda de TVs, puxada pela Copa do Mundo, exceda o estimado pelo setor. A expectativa é colocar no varejo entre 15,5 milhões e 16 milhões de unidades, 10% mais do que o ano passado e crescimento de 30% em relação à edição anterior da competição, em 2010, na África do Sul.
- Estamos preparadados para produzir entre 18 milhões e 20 milhões de TVs - garante o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula.
Devido ao torneio, 60% das vendas devem ocorrer no primeiro semestre. Outra tendência, aponta Kiçula, é a busca do consumidor por telas cada vez maiores. Dados da Eletros indicam que, ano passado, 80% dos aparelhos que saíram das lojas eram de pelo menos 32 polegadas. As TVs digitais devem ser mais de 90% do mercado, estima o dirigente. O sinal analógico, que será gradualmente desligado a partir de 2015, deixará de existir até 2018 no país. Uma extinção na indústria brasileira de televisores também marcará 2014. Será o último ano de fabricação de TVs de tubo.
Apesar da confiança, os anos de Copa não são necessariamente períodos de euforia do consumidor. Os dados da Eletros mostram que, no Mundial da Itália, em 1990, as vendas caíram 3% ante o ano anterior. Em 1998, na França, a queda foi ainda maior, de 24,5%.