Indiciado por uma possível participação em um esquema de corrupção para facilitar a liberação de obras embargadas, o superintendente regional do Trabalho, Heron Oliveira, admitiu nesta segunda-feira ter relação com duas das três pessoas presas preventivamente na última quinta-feira pela Polícia Federal (PF), mas negou envolvimento nas irregularidades. Por ter sido implicado no caso, Oliveira vai deixar o cargo. Em entrevista nesta segunda-feira à Rádio Gaúcha, disse ter a expectativa de que a sua exoneração será publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União.
Oliveira reconheceu ser amigo do auditor-fiscal preso na chamada Operação W, da PF, e ter relações pessoais com Antônio Roberto Hoerde Barata, dono da Worker Engenharia, que seria a empresa indicada para solucionar problemas de obras embargadas. Depois, repassaria 5% do valor do contrato para servidores da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). Oliveira admitiu ainda ter viajado com Barata, mas sustenta ter pago do próprio bolso suas despesas.
- Essa talvez seja uma razão de o delegado ter feito este vínculo - defendeu-se Oliveira, que disse ainda ter ficado surpreso com a informação de que a PF também tinha pedido a sua prisão preventiva.
No lugar de Oliveira, assumirá Marco Antonio Ballejo Canto, hoje número 2 no órgão. Apesar de ser servidor de carreira do Ministério do Trabalho, Canto também é ligado ao PDT.
Segundo a PF, os próximos passos da investigação, por enquanto, serão centrados na análise de documentos apreendidos e novos depoimentos.