Com iniciativas isoladas até então, estava na hora mesmo de se adotar uma prática mais uniforme para tentar coibir o chamado superendividamento, que hoje já atormenta tantas famílias brasileiras. Como se sabe, com a farra às compras que as pessoas se jogaram nos últimos anos - carros a cem prestações, eletrodomésticos a perder de vista, crédito imobiliário cada vez mais abrangente e o consignado até para quem não pediu -, veio a conta. Bem salgada, diga-se de passagem.
Até um pouco atrasado, o Congresso avalia, agora, propostas para modernizar o Código de Defesa do Consumidor. Uma delas, a concessão de crédito indiscriminado.
O crédito foi - e ainda é - um importante propulsor do crescimento da economia. Mas a corrida de muitos bancos tentando empurrar financiamentos para as pessoas sem critério algum, feita apenas no sentido de cumprir suas metas, será considerada infração passível de punição para as instituições financeiras. Esta é uma das novas propostas em discussão no Senado para a modernização do código.
O projeto estabelece uma série de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do endividamento excessivo, incentivando práticas de crédito responsável, de educação financeira e de repactuação das dívidas. A ideia é compartilhar a responsabilidade do crédito. Tem compromisso de quem oferta e também de quem se utiliza dos financiamentos.
Uma boa iniciativa, que poderá dar seus reflexos em pouco tempo, se bem aplicada. Com tranquilidade a todos os envolvidos.