Ao descentralizar a produção naval e a fabricação de equipamentos para o setor, o Rio Grande do Sul se consolida como o segundo maior polo da indústria oceânica no país - atrás apenas do Rio de Janeiro.
Em Charqueadas, com empreendimento confirmado da Iesa Óleo & Gás, serão fabricados módulos para plataformas montadas nos estaleiros de Rio Grande.
A diversificação da produção, desde materiais leves a pesados, do parafuso ao casco, coloca a indústria naval gaúcha em posição de destaque no cenário nacional. Com três estaleiros para esse segmento e novos contratos de fornecimento de módulos para plataformas da Petrobras, o Rio Grande do Sul se firma em segundo lugar em número de trabalhadores no setor, segundo Augusto Mendonça, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav).
- Essa verticalização vai atrair cada vez mais investidores ao Rio Grande do Sul - avalia Mendonça, acrescentando que os canteiros para construção de módulos e outros equipamentos continuarão crescendo no país, com as novas licitações previstas pela Petrobras, como as da P-74 e P-76.
O lançamento oficial do Polo Naval do Jacuí, que compreende ainda os municípios de São Jerônimo e Triunfo, será feito hoje à tarde pelo governador Tarso Genro. A solenidade, no Palácio Piratini, terá a presença da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e do presidente da Iesa Óleo e Gás, Valdir Lima Carreiro.
Ligação entres dois complexos será realizada por hidrovias
Há menos de um mês, a empresa assinou contrato com a Petrobras, no valor de US$ 720,4 milhões, para fornecer 24 módulos destinados a seis plataformas de exploração marítima de petróleo.
Para executar esses contratos, a Iesa investiu R$ 100 milhões na unidade industrial em Charqueadas, às margens do Rio Jacuí. Além da Iesa, outros quatro empreendimentos têm interesse em se instalar no local (veja abaixo).
- Estamos ampliando o polo de Rio Grande, que está se esgotando, para outra região com potencial para receber investimentos do setor - explicou o secretário estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik.
A ligação entre os dois polos navais se dará por meio de hidrovias, hoje quase inexploradas no Estado.
- A questão geográfica, que permite o transporte por balsas, é fundamental para interligar os dois portos. Além da logística, a proximidade com a Região Metropolitana facilita a contratação de mão de obra, um dos principais desafios para a indústria oceânica - aponta Oscar de Azevedo, coordenador do Comitê de Petróleo, Gás e Energia da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs).