A promessa do governo federal de partir para o ataque contra a ameaça de desindustrialização terá a área de defesa como um dos primeiros beneficiados. Publicada ontem no Diário Oficial, a sanção da MP 544, agora transformada em lei, zera as alíquotas de IPI e PIS/Cofins para as empresas do setor nas vendas para a União.
A medida equilibra as condições de competição entre as empresas nacionais e estrangeiras em um mercado que tende ao crescimento no Brasil. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Material de Defesa (Abimde), o país compra cerca de US$ 3,5 bilhões por ano em equipamentos de defesa, mas a fatia nacional é de apenas 40%.
Até 2020, diz o vice-presidente executivo da entidade, Carlos Afonso Gambôa, os fabricantes nacionais podem abocanhar até 60% do mercado e, em 2030, alcançar 80%. No Estado, a lei tem o potencial de beneficiar empresas como Taurus, Agrale, AEL Sistemas e Digicon.
Fabricante do utilitário Marruá, com aplicação militar, a Agrale, de Caxias do Sul, considera a desoneração um avanço, mas ainda aguarda a regulamentação.
- É uma política correta. Precisamos ter autonomia em algumas áreas. A expectativa é positiva, mas é preciso aguardar a regulamentação. Será que a cadeia de fornecedores também vai ser desonerada? - questiona Hugo Zattera, presidente da Agrale, que também começa a fabricar chassis para blindados.