Favorecido pelo clima ensolarado e pela temperatura amena, o primeiro domingo da Expointer reuniu multidões nos corredores, pavilhões e restaurantes do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
Depois de enfrentar dificuldades de acesso agravadas pelo alto número de visitantes, os frequentadores superlotaram espaços como o pavilhão da agricultura familiar — onde era até difícil se aproximar de algumas bancas.
O tempo bom e o espírito de retomada após as enchentes levaram milhares de veículos e pedestres aos portões da Expointer ainda pela manhã. As longas filas nas bilheterias e a demora para acessar os estacionamentos irritaram parte do público.
— Fiquei das 9h30min até o meio-dia preso na rodovia tentando chegar — afirmou o soldador de Caxias do Sul Hugo Padilha, 40 anos.
Os estacionamentos de visitantes chegaram a ficar bloqueados devido à lotação entre o final da manhã e o começo da tarde. As bilheterias também apresentaram dificuldades na organização das filas, e totens de compra automática ficaram fora do ar após uma queda de energia. A organização do evento informou que a situação estava normalizada por volta do meio-dia.
Vencidos os obstáculos, os frequentadores ocuparam todas as áreas onde havia alguma atração — fossem máquinas, bichos ou alimentos. O pavilhão da agricultura familiar reuniu o público interessado em levar para casa os tradicionais queijos, embutidos, bebidas e toda sorte de produtos típicos do Estado.
Apesar das dificuldades impostas pela cheia, a quantidade de expositores saltou de 372 no ano passado para 413 agora — com uma maioria de 217 mulheres como responsáveis pelos estandes.
— Acho muito importante essa participação das mulheres, que têm uma outra visão do agronegócio e capta mais a emoção das pessoas na relação com os produtos que são vendidos — avaliou a agricultora de Quinze de Novembro Marlete Sornberger, 55 anos.
Ela vende sementes crioulas de vegetais variados e produtos que chamavam a atenção dos frequentadores como porongos comestíveis e moranga-estrela (que leva esse nome em razão do formato estelar).
— Muitas pessoas compram porque dizem que o pai ou o avô cultivavam essas coisas — complementou Marlete.
O casal Cleber Luís França, 44 anos, e Maria Rosa de Matos, 42, circulava pelo local com várias sacolas nas mãos.
— Vamos largar isso no carro e depois vamos voltar pra buscar as coisas mais pesadas — garantiu França, que já levava salames e queijos e retornaria para comprar banha, doces e mel.
O metalúrgico de São Leopoldo, que costuma frequentar o pavilhão todos os anos, acreditava que a oferta de mercadorias estaria prejudicada pelas enchentes em 2024, mas se surpreendeu:
— Tem mais barracas do que no ano passado, não menos, e a gente percebe que os visitantes não estão só passeando, estão procurando comprar mais também.
Pavilhão supera R$ 1 milhão no primeiro dia de vendas
No primeiro dia de Expointer, o pavilhão da agricultura familiar já bateu um recorde: com um total de R$ 1.020.554,50 em vendas, alcançou a maior marca desde 1999, primeiro ano do espaço na feira de Esteio.
O setor de artesanato, plantas e flores também apresentou bom desempenho, com vendas totalizando R$ 131.840,60 no primeiro dia.