O Campo em Debate abriu a agenda de painéis nesta quarta-feira (30) colocando ao centro uma discussão sobre a cadeia do tabaco no Rio Grande do Sul. Na Casa RBS na Expointer, em Esteio, representantes do setor e parlamentares ligados ao segmento apresentaram demandas da atividade produtiva, entre elas a necessidade de inclusão dos fumicultores nas conferências da COP 10, no Panamá.
Em conversa mediada pela jornalista Gisele Loeblein, os convidados falaram sobre o que se busca levar para a conferência. A principal reivindicação é que o setor possa "sentar à mesa" e participar das discussões. Embora as deliberações envolvam a cadeia do fumo, o setor não participou das últimas decisões.
Marcílio Drescher, presidente da Afubra, falou da necessidade de considerar a quantidade de pessoas que vivem da cultura no Rio Grande do Sul - são cerca de 600 mil gaúchos de forma direta e indireta, a maior parte de pequenos agricultores. Segundo Drescher, apesar de o produto ser considerado controverso, ele envolve milhares de famílias, e é a renda agregada do tabaco que permite que os produtores plantem também outros alimentos.
A relevância econômica da atividade também foi citada pelo presidente do SindiTabaco, Irio Schünke, que contextualizou o setor em números. Segundo ele, foram 500 mil toneladas de tabaco exportadas pelo Rio Grande do Sul, em média, nos últimos cinco anos.
O setor representa 10% das exportações gaúchas. A importância, portanto, reforça a defesa do fumicultor.
A cultura está presente em 192 municípios do RS. O setor gera R$ 5 bilhões aos produtores gaúchos e 25 mil empregos nas indústrias do segmento no Estado.
Parlamentares que acompanham o segmento também participaram no painel. A ex-prefeita de Santa Cruz do Sul e deputada estadual Kelly Moraes reforçou a importância econômica da atividade, citando o espaço do fumo no desenvolvimento dos municípios envolvidos. Conforme o deputado Elton Weber, não fosse a atividade do fumo, os produtores gaúchos teriam menos condições de plantar outros alimentos. Portanto, diz, o produtor permite diversificar a atividade no campo.
Na mesma linha, o prefeito de Canguçu e presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Vinícius Pegoraro, destacou o forte compromisso da produção com as questões ambientais e trabalhistas no campo. Também reforçaram as demandas e a representação do setor no Panamá os deputados Edivilson Brum, Marcus Vinícius, Airton Artus, Heitor Schuch, Marcelo Moraes e Alceu Moreira, além do gerente executivo da Abifumo, Giuseppe Lobo, e o presidente da Fentifumo/Stifa, Gualter Baptista. O governador Eduardo Leite foi representado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico Ernani Polo.