Uma forma de complementar a renda na aposentadoria ou de garantir rentabilidade com foco no futuro: a Previdência Privada cresce no país como alternativa de renda e investimento. De acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), o mercado de planos de previdência privada aberta no país arrecadou R$ 39,3 bilhões no primeiro trimestre de 2023, alta de 4,9% em relação ao mesmo período de 2022.
Os formatos dos planos de previdência complementar são variados e, como tudo em se tratando de planejamento financeiro, precisam acompanhar as prioridades de cada trabalhador. Os objetivos precisam estar claros, incluindo o perfil de investidor, como reforça o professor da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PUCRS), Gustavo Inácio de Moraes. Segundo ele, os fundos de previdência podem alcançar até 70% do patrimônio em renda variável, sujeitas a variações expressivas, ainda que buscando retornos maiores.
— Por outro lado, a alternativa de renda fixa ou de investimentos atrelados a títulos públicos pode ser mais indicada para o poupador conservador e nos momentos de política de juro alto — acrescenta o professor.
Além do perfil da carteira e dos objetivos de investimento, outra questão são as taxas cobradas pelas administradoras dos planos de previdência. Estão distribuídas em três categorias: taxas de administração, justificadas pelo vínculo construído, de performance, em função dos retornos obtidos, e, finalmente, de movimentação ou sobre entradas e saídas.
— A taxa de administração, regra geral, é aquela que está presente em todos os fundos, embora as outras duas possam ser eventualmente zero. Existe uma diferença expressiva entre os planos disponíveis no mercado em termos de taxas de administração, no que uma pesquisa se faz necessária antes de realizar a aplicação — alerta o professor da Escola de Negócios da PUCRS.
As quedas consecutivas na taxa básica de juro também se refletem no comportamento do mercado. Conforme o economista Gustavo Kurmann, da Spar Financial, as taxas de administração dos fundos de investimento, sobretudo os de renda fixa, caíram muito em função da redução da Selic para patamares mais baixos.
— Era muito comum ver fundo de renda fixa simples cobrando 2% ao ano, fundo de crédito privado em torno de 4% ao ano. Esses fundos tiveram uma redução para 1% e 1,8% respectivamente, em média — avalia.
Outra questão importante que merece ser avaliada no momento da adesão é a tributação. Moraes, da PUCRS, alerta que há dois formatos principais: a tabela progressiva que segue a tabela do Imposto de Renda vigente e incide sobre o benefício proporcionado e a regressiva, que diminui a alíquota conforme a duração do plano.
PGBL x VGBL
Conforme o economista Gustavo Kurmann, o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é indicado para pessoas que contribuam para ou sejam beneficiários da Previdência Social. Pois é obrigatório, para ter o benefício fiscal, haver renda tributável ou usar a declaração completa do IR.
— As contribuições a entidades de previdência complementar são dedutíveis no Imposto de Renda da pessoa física – explica.
Os planos Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL), por sua vez, são recomendados para quem utiliza a declaração simplificada do imposto de renda e, segundo Kurmann, deseja depositar valor superior ao limite de dedução (12% da renda bruta tributável).