Os beneficiários que encontraram portões fechados na agência do INSS do bairro Partenon, a maior de Porto Alegre, deverão ser informados ainda nesta segunda-feira (21) sobre a realização das perícias reagendadas. Uma vistoria da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) ocorreu pela manhã, enquanto dezenas de beneficiários aguardavam na rua. O objetivo é verificar se há condições sanitárias de retorno dos profissionais à atividade.
De acordo com o presidente da entidade, Luiz Carlos Argolo, um relatório será publicado com o compilado do que foi encontrado pelos vistoriadores em unidades do país. No Estado, foram pelo menos 10 municípios verificados, além da Capital: Canoas, Gravataí, Lajeado, São Leopoldo, Montenegro, Novo Hamburgo, Taquara, Ijuí, Frederico Westphalen e Três de Maio.
Enquanto isso, os beneficiários seguem sem atendimento, seis meses após a suspensão dos exames de atestado médico para benefícios como seguro doença e aposentadoria.
— Viemos de São Jerônimo, chego aqui e dou de cara com o portão fechado. É um absurdo. Já não temos nem dinheiro para medicação mais. Meu irmão está cego desde janeiro, já foi em Guaíba, tentou em outras cidades e não consegue atendimento — reclama a vendedora Lorena da Silva, 45 anos, ao lado do irmão, o auxiliar de produção Joceli da Silva, 48 anos.
De acordo com o INSS, as perícias foram agendadas pois a determinação é de “imediato retorno ao trabalho” dos médicos. A nota divulgada pelo instituto afirma, ainda, que as agências são “seguras” e “aptas” a receber os profissionais, que “se recusam a retornar”, finaliza o informativo.
Alguns dos usuários que tiveram que voltar para casa, nesta segunda, já refizeram a marcação pelo telefone 135, conforme orientação dos seguranças que prestam serviço na unidade Partenon.
As outras duas filiais do INSS em Porto Alegre — Centro e Cavalhada — seguem fechadas, sem o número mínimo de servidores para reabertura. De acordo com o INSS, muitos foram afastados por integrarem o grupo de risco, e os que estão em condições de trabalhar foram realocados na agência Partenon, a única com estrutura administrativa para reabrir.
Complementam as unidades com referência na Capital as unidades de Viamão, ainda fechada, e Alvorada, que está em funcionamento.
Em Canoas, os quatro médicos peritos compareceram normalmente ao trabalho, contrariando a orientação da ANMP, de aguardar melhorias nas condições sanitárias, para posteriormente voltar à atividade.