O Rio Grande do Sul tem a gasolina mais cara da Região Sul. Em setembro, o preço médio do litro ficou em R$ 4,370 nos postos gaúchos, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Para entender como é possível economizar e garantir o melhor funcionamento do carro, GaúchaZH conversou com dois especialistas: Gilberto Pose, coordenador técnico de combustíveis da Raízen, da bandeira Shell, e Márcio Neves, gerente-executivo de planejamento de varejo da Ipiranga. A seguir, confira as principais dicas sobre o tema.
Como economizar gasolina?
Diminuir o consumo de combustível exige sucessivos cuidados com a manutenção do carro. Segundo Pose, isso inclui a troca de filtros de ar e óleo e velas de ignição no período sugerido por cada montadora. Manter os pneus calibrados e não deixar os vidros abertos durante viagens na estrada também são ações aconselháveis para evitar o consumo excessivo, pontua Neves.
— Outra dica é não levar peso desnecessário no carro. Tem gente que anda com o porta-malas cheio — acrescenta Pose.
Qual a gasolina mais adequada?
Em linhas gerais, os especialistas afirmam que a gasolina aditivada tende a trazer mais vantagens do que a comum, apesar do preço geralmente mais elevado nas bombas. Como o próprio nome indica, esse tipo de produto concentra aditivos que ajudam na limpeza do sistema de circulação de ar e combustível.
— Com as novas tecnologias de motores, a gasolina aditivada é sempre mais adequada — aponta Neves.
Quando vale a pena abastecer com etanol?
Segundo os analistas, o uso do etanol é indicado quando o preço estiver inferior a 70% do valor cobrado pela gasolina. A avaliação leva em conta o menor rendimento do derivado da cana-de-açúcar. Ou seja, para percorrer a mesma distância, a quantidade de etanol necessária seria, em média, 30% maior do que a de gasolina.
No Rio Grande do Sul, a equação não compensa. Em setembro, o etanol custou, em média, R$ 3,978, conforme a ANP. A marca correspondeu a 91% do valor da gasolina (R$ 4,370) à época. Um dos fatores que encarecem o derivado da cana para os gaúchos é o fato de o Estado não produzi-lo. O Rio Grande do Sul tem de importar o etanol de regiões como Paraná e São Paulo, o que envolve custos logísticos.
Dirigir sucessivamente com o tanque na reserva traz riscos ao carro?
Sim. Pose relata que a prática pode reduzir a vida útil da bomba de combustível. Quando há pouca gasolina, o equipamento pode ser danificado por sujeiras que ficam no fundo do tanque.
— Uma vez ou outra, isso não é tão prejudicial. O adequado é dirigir com a gasolina na reserva pelo menor tempo possível — frisa Pose.
Há algum teste que o consumidor pode exigir nos postos para verificar a qualidade do combustível?
Sim. É possível solicitar nos postos teste para avaliar a quantidade de etanol anidro presente na gasolina. A medida é garantida por resolução da ANP. Pelas regras vigentes, a gasolina dos tipos comum e aditivada deve chegar às bombas com adição de 27% de etanol anidro. Na variedade premium, o percentual é menor, de 25%.
No teste realizado nos postos, é usada uma proveta, que recebe gasolina acrescida de água. O método permite verificar a quantidade exata de etanol em uma amostra de combustível. Se não for atendido, o consumidor pode denunciar a conduta à ANP e a órgãos de proteção.
— Se a gasolina comum ou aditivada tem, por exemplo, 30%, 40% ou 50% de etanol anidro, está alterada. Isso tem de ser verificado e corrigido. Os revendedores ficam sujeitos a sanções — frisa Pose.