Os funcionários dos Correios estão mais uma vez em greve, a 10ª nesta década, segundo levantamento feito por GaúchaZH.
O movimento, de caráter nacional, teve início nesta segunda-feira (12), com concentrações de funcionários em frente a unidades da estatal. O Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Rio Grande do Sul (Sintect-RS) afirma que a adesão é de 70% entre os carteiros. A paralisação é por tempo indeterminado.
De 2011 para cá, os servidores realizaram paralisações todos os anos, algumas vezes por poucos dias, outras por mais de um mês, segundo levantamento nos arquivos de ZH. Em 2014 e em 2017 houve duas paralisações no mesmo ano.
A mobilização dos funcionários coincide com um período em que os serviços da empresa decaíram, com multiplicação de reclamações por parte dos usuários, revoltados com a demora nas entregas. Conforme João Gomes, diretor de imprensa do Sintect-RS, as repetidas paralisações estão relacionadas com um sucateamento da estatal, conforme ele promovido com o objetivo de criar um clima favorável à privatização.
— A gestão é horrível. Os Correios não se modernizam e, nos últimos cinco anos, houve uma redução sensível no número de trabalhadores, com o fechamento de muitos postos de trabalho. A área de abrangência de cada carteiro aumentou, e ele não consegue mais percorrer todas as ruas todos os dias, o que gera um acúmulo de serviço. Não há ascensão profissional, talvez pela ocupação de cargos por filiação partidária. É um verdadeiro caos, que faz a população se voltar contra o profissional. Daí a necessidade dos nossos movimentos — diz Gomes.
A estatal se pronunciou por meio de um comunicado, no qual reconhece que "a greve é um direito do trabalhador", mas no qual afirma que "um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios e afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados".