O novo aumento no preço da gasolina anunciado pela Petrobras nesta segunda-feira (27), de 1,8%, elevou o total de reajustes para quase 30% desde 30 de junho, quando entrou em vigor a nova política de revisão de preços da estatal, com correções que podem ser diárias. Conforme cálculos de Rilton Brum, sócio da Corretora Elite, desde 3 de julho,quando houve o primeiro ajuste desta nova fase, até 23 de novembro, o preço da gasolina acumulava alta de 28%.
Por outro lado, de junho a outubro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), considerado o indicador oficial da inflação no país, subiu 0,78%. A comparação não leva em conta o mês de novembro porque o percentual do IPCA deste mês ainda não foi divulgado.
– A cada revisão de preços, a Petrobras leva em conta as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais do barril de petróleo – explica Brum.
De acordo com o especialista, a alta da gasolina está em linha com a variação da cotação internacional do petróleo e o câmbio. Desde julho até 23 de novembro, o ajuste acumulado do barril tipo "Brent Crude" chega a 28%, idêntico ao aumento dos combustíveis realizados pela Petrobras. Já o câmbio teve alta em torno de 2%, o que ficaria dentro de um desvio padrão esperado para o reajuste.
Na semana passada, o Procon de Porto Alegre abriu investigação preliminar administrativa para verificar se as distribuidoras que atuam no Rio Grande do Sul estariam repassando os eventuais cortes no valor do combustível aos postos ou apenas os aumentos. No processo, o Procon notificou a Petrobras a detalhar a formação de preços da gasolina. A investigação ainda está em andamento.