O 13º salário virá em boa hora para Aline Farias, 35 anos. Há pouco mais de um mês, a vendedora se envolveu em um leve acidente e teve de mandar a moto para conserto. Nesta semana, chegou a conta da oficina: R$ 1,5 mil.
– Poderia parcelar, mas quero evitar mais uma dívida. Então, vou usar o 13º pra cobrir os gastos, até porque quero estar sem dívida quando chegarem as contas de final de ano, como IPVA e as compras de Natal – explica.
Se você também tem direito a receber o benefício, fique de olho: até o final de novembro, deve ser paga a primeira parcela 13º para trabalhadores do mercado formal, nos setores público e privado, inclusive empregados domésticos, além de beneficiários da Previdência Social e os pensionistas – salvo em casos de parcelamento aos quais têm sido submetidos funcionários públicos. A segunda parcela entra na conta até 20 de dezembro. Cada parcela corresponde à metade do valor devido – lembre-se de que a segunda vem com descontos.
Tem dívidas?
Além do salário bruto, o 13º também deve contemplar os rendimentos extras pagos pelo empregador ao longo do ano, conforme a Confirp Contabilidade. É um reforço e tanto, por isso deve ser administrado com sabedoria. Pessoas que estejam com dívidas em atraso podem utilizar o dinheiro para renegociá-las, pleiteando um abatimento para quitação à vista. Em geral, bancos e órgãos de negativa de crédito como SPC, SCPC e Serasa fazem feirões e campanhas para acertar as contas nesta época do ano. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, lançou a campanha #Quitafacil, que promete descontos especiais para pagamento à vista até o dia 28 de dezembro. Já no Feirão Limpa Nome da Serasa, consumidores poderão negociar dívidas atrasadas com empresas de diversos segmentos pela internet, neste link. Credores participantes prometem condições especiais.
– O dinheiro extra é uma ótima pedida para quitar dívidas que estejam prejudicando o orçamento da família – aponta Patrícia Pereira, especialista da Mongeral Aegon Investimentos.
Quem pensa em usar o dinheiro para investir deve fazer isto apenas após se livrar de dívidas em atraso, que rolam juros pesados e impedem o consumidor de tomar novo crédito, lembra Bernardo Pascowich, fundador do portal Yubb, especializado na busca de investimentos. Isso vale em particular para atrasos em empréstimos pessoais, cartão de crédito e cheque especial.
– Na maioria das vezes, o juro de uma conta atrasada é maior do que o rendimento do dinheiro em uma aplicação, então é melhor eliminar de vez a dívida – afirma Pascowich.
Resguardar uma parte do 13º também é importante porque, logo adiante, virão as contas típicas de final de ano, como IPTU, IPVA e rematrículas escolares. Muita gente opta – e com razão, conforme especialistas em finanças pessoais –, por deixar este dinheiro separado para pagar à vista esses compromissos, aproveitando descontos que geralmente são oferecidos.