A reabertura dos portões da Expointer ao público depois de dois anos sem visitações rendeu boa procura no primeiro fim de semana de feira. Mais da metade dos 15 mil ingressos disponibilizados por dia foram comercializados, segundo a organização da feira.
A abertura da exposição, no sábado (4), teve 7.178 ingressos vendidos. Número que foi superado neste domingo (5), já tradicionalmente o dia de maiores visitas no Parque Assis Brasil, em Esteio. A trégua da chuva motivou o passeio e mais de 11,1 mil bilhetes foram comercializados, chegando perto do limite de público devido às restrições sanitárias pelo coronavírus. Na última edição antes da pandemia, em 2019, o parque chegou a receber 93.585 visitantes no primeiro domingo da feira.
Este ano, os ingressos são vendidos somente pela internet. Desde sábado, um centro de atendimento foi instalado no portão principal para ajudar os visitantes que têm dificuldade com a compra online. O local fica na antiga bilheteria, em frente à BR-116, e possui estrutura com tablets e profissionais auxiliando.
Grande atração da Expointer, o pavilhão da Agricultura Familiar tinha corredores movimentados e bastante procura nas bancas durante todo o domingo. O espaço tem limite de 800 visitantes simultâneos e é controlado por cercamento eletrônico. Na entrada do pavilhão, painéis junto às catracas exibem a lotação do espaço em tempo real.
O novo modelo com público restrito é uma incógnita aos produtores rurais quanto às vendas. Mas o clima é de otimismo. Jair Bergamaschi trouxe a produção de embutidos do município de Fagundes Varela, na serra gaúcha, e comemora os primeiros números.
— Não é a quantidade dos outros anos, mas no primeiro dia vendemos 30% do que seria em um primeiro sábado de feira normal — celebra.
Os produtos da agroindústria foram reconhecidos pela bancária Roseli Omizzolo, de Veranópolis, que visitava a Expointer pela primeira vez. Em um grupo de 15 pessoas, entre amigos e familiares, vieram da Serra para conhecer o parque e fazer um passeio diferente.
— Só compro deles lá em Veranópolis. Não tenho noção de como era antes (da pandemia), mas gostei e estou achando tudo organizado — disse Roseli.
Pelos corredores do pavilhão, aliás, o coro era de elogios às adaptações pela pandemia. Para Bergamaschi, o distanciamento entre as bancas e o limite de público facilitam o contato com o cliente e permitem “explicar melhor o produto”.
— Dá para ver que o pessoal está bem cuidado — elogiou a artesã Patrícia Groniskis.
À frente da Defer Artesanato, do município de Vale Verde, ela e o marido retornaram à exposição após hiato de um ano. Em 2020, o formato de drive-thru no pavilhão acabou sendo empecilho aos expositores de artesanato, pela dificuldade de divulgar e de vender o produto. Com um artesanato genuinamente rural, o casal vende objetos trabalhados na madeira. Os destaques são os cata-ventos em formato de pássaro, que chamam atenção principalmente das crianças.
Foi o caso dos gêmeos Pedro e Samuel, de dois anos e meio. Acompanhados dos pais e dos padrinhos, saíram de Canoas para conhecer os bichos e demais atrações da Expointer. A única queixa no passeio foi quanto ao sistema de compra de ingressos. A empresária Rafaela Almeida, mãe das crianças, contou que fez três tentativas de comprar os bilhetes pelo celular e não conseguiu. Pelo computador, deu certo.
Pelas ruas do parque, os guarda-chuvas deram lugar aos celulares para tirar foto dos animais e das máquinas em exposição. Mesmo com o público restrito, o acesso nas vias ficou apertado devido à quantidade de gente. O uso inadequado de máscara foi o que mais deu trabalho aos monitores. São 150 deles, ao todo, circulando pela feira para orientar os visitantes quanto aos protocolos.
— Me xingam bastante, mas... É o meu trabalho — conta a monitora Jéssica de Souza, que junto ao grupo passou por um treinamento sobre como abordar os visitantes.