O início oficial da primavera é nesta quarta-feira (22), mais precisamente às 16h21min, mas, desde esta terça (21), a estação das flores ganha atenção especial na Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa), em Porto Alegre. Até sábado (25), os corredores coloridos do pavilhão recebem a Semana da Primavera, com uma variada programação de palestras e oficinas sobre o universo das plantas. A programação marca também os 15 anos da Central das Flores.
— Este espaço foi idealizado. As flores ficavam espalhadas e conflitavam com o hortifruti. Hoje, é o único lugar da Ceasa que é restrito. E o público gosta porque isso permite mais tempo para escolher — afirma o presidente da Ceasa, Ailton dos Santos Machado.
Acompanhado do chefe de gabinete Erli Teixeira e do secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos Cezar Schirmer, representando a Secretaria da Agricultura do Estado e a prefeitura de Porto Alegre, respectivamente, Machado fez a abertura do evento e enalteceu o capricho dos permissionários. Segundo Schirmer, o mercado das flores gera empregos e riqueza, e é a atividade “mais rentável da agricultura”.
A produtora e atacadista de plantas ornamentais Bia Lemos é uma das permissionárias mais antigas. Ela está na Central das Flores praticamente desde o começo, há 14 anos, e ajudou a organizar a semana comemorativa.
— Flor é tudo de bom. Tem coisa mais bonita? A nossa expectativa é celebrar e divulgar o espaço. Muita gente não sabe que daqui saem tantas flores e plantas que abastecem a Região Metropolitana — diz Bia.
A programação foi elaborada com a parceria do também permissionário Gerson Rodrigues, da loja Garden Green Vasos. Ele relembra que o espaço começou pequeno, mas viu aumentar a presença de produtores gaúchos ao longo dos 15 anos. Hoje, a Central de Flores abriga 20 empresas e 15 produtores.
— Tem um manancial ainda a se explorar no ambiente de flores e acessórios. O espaço tem uma dimensão muito grande para se tornar ainda mais ativo no meio — observa.
As professoras de inglês Raquel Miranda e Paula Rossato aproveitaram o mote da primavera para levar a temática das flores e das plantas para dentro da sala de aula. Elas são sócias na escola KidEx, no bairro Boa Vista, na Capital, e foram até a Ceasa em busca de flores, sementes, terra e temperos. A ideia é explorar a língua estrangeira usando o vasto vocabulário que envolve o plantio e colocando a mão na terra. Conforme Paula, os alunos estão ansiosos para pelas atividades.
— A gente quer colorir e trazer vida. Voltamos para as salas em abril, mas muita coisa seguia em modelo híbrido. Vamos celebrar a primavera e a volta do presencial — acrescenta Raquel.
Primavera de otimismo
O ramo das flores, inicialmente, foi um dos mais afetados quando eclodiu a pandemia de covid-19. A comercialização foi impactada, principalmente, pela suspensão dos eventos. Mas, depois, com o distanciamento, o olhar do consumidor se voltou para o bem-estar dentro de casa, o que aumentou a procura por flores e plantas.
— Foi um pavor geral. Fechamos uma semana e reabrimos em seguida porque não sabemos fazer outra coisa. Quando chegou o Dia das Mães, no ano passado, foi um estouro de vendas. Tirando o setor de eventos, que deu uma parada mais séria, está tudo voltando devagar. E ganhamos o público de consumidores finais com a procura por plantas em casa — diz Bia.
No ano passado, as vendas pelos permissionários somaram R$ 3,96 milhões. Crisântemos, rosas e violetas ficaram entre os itens mais vendidos. Nesta terça, a movimentação na Central das Flores era tranquila. Mas a expectativa por grande procura é otimista.
— A gente espera que o crescimento das vendas e dos produtores seja uma realidade para se tornar uma referência — projeta o presidente da Ceasa.
A Central de Flores fica no pavilhão A8 da Ceasa, e as atividades da Semana da Primavera são abertas ao público. A programação completa está no site e nas redes sociais da Ceasa. O encerramento, no sábado, terá apresentação do grupo de dança do 35 CTG.