Principal praga da pecuária gaúcha, causadora da morte de milhares de bovinos por ano, os carrapatos serão combatidos de forma mais intensa no Estado. Transmissor da tristeza parasitária bovina, o ácaro é mais prejudicial aos rebanhos de raças europeias, criados predominantemente no Rio Grande do Sul.
— Esses animais são menos resistentes ao carrapato, por isso são tão sensíveis ao ataque. Há ainda o agravante de boa parte dos carrapaticidas disponíveis no mercado já terem criado resistência — explica o veterinário Ivo Kohek, coordenador do Serviço de Doenças Parasitárias da Secretaria Estadual da Agricultura e coordenador de grupo de trabalho (GT) criado em 2016 para conter o problema.
No começo da semana, o GT formado por técnicos, professores e pesquisadores de nove instituições reuniu-se em Bagé, na Campanha. No encontro, discutiram alternativas para reduzir a incidência da praga. Uma das ações seria controlar a entrada de animais com carrapato em feiras e exposições agropecuárias. Hoje, esse acompanhamento específico é feito somente na Expointer. A medida será proposta a produtores em reunião na próxima quinta-feira (21) na Secretaria da Agricultura, em Porto Alegre.
— Não faremos nada de forma unilateral, queremos a concordância do pecuarista, o mais prejudicado com esse problema — explica Kohek.
Pelos números oficiais do governo, 10 mil bovinos morrem por ano em razão da tristeza parasitária bovina. Mas, segundo Kohek, os dados são subnotificados, sendo pelo menos 10 vezes maiores, ou seja, 100 mil.
— Não há fórmula mágica. Cada propriedade precisa encontrar a melhor forma de manejo — conclui o veterinário.
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