Em plena cidade, dentro de prédios, brotam mudas de verduras e hortaliças. Os ambientes têm controle de temperatura e água, e as plantas são dispostas verticalmente, produzidas pela técnica de hidroponia ou semi-hidroponia. São as chamadas fazendas urbanas, sistema desenhado para atender a consumidores interessados em saber de onde e como são produzidos os alimentos. O modelo é realidade em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e nos principais centros mundiais.
Tempo reduzido entre a colheita e o preparo
Com luz monitorada e sem aplicação de agrotóxicos, a agricultura indoor tem custo reduzido em relação à tradicional. Nos casos em que a água utilizada no cultivo volta sem tratamento para o sistema hídrico, não se aplicam químicos nas plantas. É o caso da Urban Farmcy, pioneira na capital gaúcha neste modelo de negócio, e que atua com semi-hidroponia.
— O alimento é mais saudável, totalmente natural, sem adoção de nutrientes — garante Matheus Von Mühlen, responsável pelas fazendas urbanas da empresa.
O fato de estar inserido na área urbana atende ao hiperlocalismo, ou seja, de alimentos cultivados o mais próximo possível de onde são consumidos. Isso permite que o vegetal chegue vivo à mesa, e com maior qualidade em sabor, textura e propriedades nutricionais. Há menor desperdício e menos impacto no transporte.
— Colhemos às 9h e, às 11h, os alimentos já estão na cozinha do chef — detalha Von Mühlen.
No mundo, cerca de 800 milhões de pessoas se dedicam à agricultura urbana, segundo a FAO.
Ciclo curto de cultivo
Na capital gaúcha, a Urban Farmcy contempla todo o ciclo: plantio, colheita e preparo dos vegetais. O principal espaço de cultivo da empresa fica no bairro Passo da Areia: são 200 metros quadrados, com capacidade de 300 quilos de orgânicos ao mês. Atende a 16 restaurantes, incluindo o próprio da Urban Farmcy, além de eventos e consumidores, que podem comprar pela internet.
As fazendas urbanas vieram para ficar. A tecnologia permite cultivo de qualidade e uma volta ao passado, de produção e consumo próximos, com menor impacto no ecossistema.
MATHEUS VON MÜHLEN
Responsável pelas fazendas da Urban Farmcy
O cultivo de wheatgrass (em português grama de trigo), que é fonte de clorofila, se soma aos microgreens, variedades com sete a 14 dias de germinação, que têm maior valor nutricional e sabor mais acentuado na comparação à versão adulta. Há variedades de beterraba, couve, rabanete, rúcula, mostarda e capuchinha. Agora, estão sendo incluídos ervilha torta e coentro, este último destinado a receitas de saladas e pratos principais, comuns na cozinha mediterrânea. Em breve, devem chegar ao mercado pimenta e manjericão, além de microgreens doces, como anis e menta, que já estão em fase de desenvolvimento.
A marca, que trabalha com ensino, restaurante e agricultura urbana, quer expandir o projeto das fazendas. O objetivo é chegar a 30 mil metros quadrados até 2030, com expansão para outros Estados do Sul e do Sudeste.
— As fazendas urbanas vieram para ficar. A tecnologia permite cultivo de qualidade e uma volta ao passado, de produção e consumo próximos, com menor impacto no ecossistema — diz Matheus Von Mühlen, responsável pelas fazendas da Urban Farmcy.
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