Entre as posições sexuais mais populares, está a clássica 69, na qual ambas as partes da relação recebem e provocam prazer de forma simultânea. Essa posição, inclusive, está associada ao Dia do Sexo, celebrado nesta sexta (6).
Mas há uma variação que tem ganhado adeptos e que promete apimentar o sexo oral.
É a "68" (confira a ilustração abaixo), que tem uma proposta diferente. Ao contrário da 69, em que a boca de um fica posicionada na genitália do outro, conforme o formato dos números indica, na posição 68 o foco é dar prazer individualmente.
O que é a posição 68?
A grande diferença é que a pessoa que está por cima não retribui o gesto, já que fica deitada de barriga para cima. A pessoa de baixo, por sua vez, fica com os joelhos flexionados e a boca posicionada para o sexo oral.
O 68 deixa quem está dando prazer com as mãos livres para explorar outras partes do corpo do outro, como o períneo e a região anal.
Os desafios e as vantagens de cada posição
A ginecologista e sexóloga Mariana Rodrigues aponta que há relatos de pacientes que sentem dificuldade para se concentrar com a posição 69, já que são muitas sensações ao mesmo tempo.
— Pode ser uma posição difícil por uma série de questões. Pode ser que a pessoa que está fazendo ou recebendo queira ficar concentrada em apenas uma sensação. Tem gente que gosta mais de receber sexo oral e, outras, de fazer — diz a médica. — Às vezes, quando é realizado tudo junto, pode se perder um pouco da atenção e do foco na sensação de prazer.
No 68, cada um tem sua vez — que pode ser revezada entre o casal, é claro. Quem está por baixo tem uma visão privilegiada de quem está recebendo e pode explorar diferentes áreas.
— Quem está ali naquela posição pode aproveitar para estimular o períneo inteiro. Pode ter alguma estimulação anal, vaginal, clitoriana. Tudo isso pode ser bastante interessante, desde que haja consentimento e seja conversado — completa Mariana.
Já quem está em cima pode só descansar e curtir o momento.
— Na sexologia, sabemos que, em algum momento, temos que nos concentrar no que estamos recebendo, focar nas sensações, para ter prazer. Se ficar o tempo todo preocupado com o parceiro, pensando no que fazer ou onde tocar, às vezes a pessoa se distrai e perde a concentração no que está acontecendo de bom — acrescenta Florence Marques, sexóloga e ginecologista.
É preciso, em primeiro lugar, se sentir confortável. A 68, como qualquer outra posição sexual, só vai funcionar se as pessoas estiverem relaxadas e presentes na situação.
Para turbinar
Existem alguns truques que podem tornar o sexo ainda mais prazeroso. Para começar, é fundamental saber que o foco não está apenas na região genital.
— O sexo é muito focado em genitalidade, mas a nossa sexualidade tem uma expressão muito maior do que simplesmente uma penetração — argumenta Florence. — Quando um casal tem intimidade, é assertivo, fica mais confortável para conversar do que gosta, para se expressar, impor limites — acrescenta.
O casal também pode se aventurar com géis, lubrificantes e vibradores, por exemplo. Explorar novas possibilidades tem um papel importante na intimidade. A ginecologista Mariana pontua:
— Tudo pode ser turbinado, vai depender do acordo. Acho muito importante essa experimentação do que gostam e do que não gostam dentro do que é confortável para cada casal.
Autoconhecimento é tudo
Além de prezar pelo conforto e pela segurança, também é relevante investir no autoconhecimento para garantir experiências sexuais prazerosas.
É nesse sentido que entra a masturbação, uma das formas mais eficazes de descobrir quais são as preferências de cada um, segundo as especialistas. Muitos tabus, inclusive, ainda são colocados sobre a masturbação feminina.
— Se a mulher não conhece onde ela gosta de ser tocada e como gosta, chega na hora da relação e ela aceita qualquer tipo de toque do parceiro. Nem sempre o jeito que o parceiro está estimulando é uma forma que lhe dá prazer — explica Florence.
Cada corpo é único, e, muitas vezes, não acertamentos de primeira. Por isso é necessário manter o diálogo aberto e constante, já que não conhecer bem o seu parceiro (e a si mesmo) pode levar a situações desconfortáveis ou até mesmo dolorosas. A sexóloga tranquiliza:
— Nós somos diferentes e não tem uma forma universal que todo mundo tenha sensações boas. É comunicação e intimidade sempre.
*Produção: Caroline Guarnieri