Quase unanimidade entre os casais apaixonados, dormir de conchinha faz parte do ideal romântico de muita gente. E não é à toa, já que a posição em que um abraça o outro por trás impacta amplamente o bem-estar.
— Pode parecer até clichê, mas dormir de conchinha é uma das coisas mais gostosas e benéficas de se fazer com a pessoa amada. Você se sente acolhido, seguro e protegido, e também tem mais facilidade para as carícias no pescoço e cabeça, podendo evoluir para o sexo — explica a sexóloga e terapeuta sexual Bárbara Bastos.
Sob o ponto de vista científico, ela pontua que encaixar-se no corpo do parceiro no momento do descanso provoca respostas hormonais. Há redução de cortisol (atrelado ao estresse) e cresce o nível de ocitocina (atribuída ao amor e ao prazer).
— Isso faz com que fiquemos mais relaxados e tranquilos, principalmente, pela diminuição do cortisol no sangue, avisando para o cérebro que ele não precisa ficar em alerta. Já o aumento da ocitocina fortalece o vínculo entre os dois — complementa a especialista.
Paixões casuais
Para além do fato de ser aliado da saúde em um relacionamento, dormir de conchinha também pode beneficiar os encontros eventuais. Para Bárbara Bastos, desde que ambos sintam-se à vontade, permitir-se desenvolver intimidade é sempre positivo, mesmo que as relações sejam casuais.
— Sinto que existe um medo cada vez maior de se vulnerabilizar com os outros e entendo, por um lado. Mas, por outro, penso que relacionamentos poderiam ser mais profundos, sair da superficialidade. E, sim, (dormir de conchinha) surte o efeito de bem-estar, porque o ser humano é sociável e busca por esses vínculos — afirma.
Por mais interessante que possa ser a lista de prós, tem, sim, quem prefira não passar a noite "agarrado" a alguém. Nesses casos, a terapeuta indica permanecer na posição por apenas um curto período de tempo, levando em conta que alguns minutos são suficientes para que os hormônios entrem em ação.
Já para quem sente “aflição” só de ouvir falar em um minuto de conchinha, a solução é ser sincero e buscar recursos diferentes para fortalecer a conexão física.
— Primeiro, é preciso entender que cada um tem seus gostos. Tem gente que não gosta de "grude" ou não quer ficar de conchinha por estar calor no momento. Explique ao parceiro que não é pessoal, que você o ama demais e demonstra de outras formas — orienta Bárbara.
Outro ponto levantado pela profissional é que algumas pessoas, inclusive, sentem câimbras e desconfortos ao deitarem-se nessa posição. Isso porque pode haver pressão em determinadas partes do corpo, como os braços, o pescoço e os ombros, causando formigamentos, dores e, consequentemente, afetando a coluna.
Nas situações em que há histórico de problemas dessa natureza, ela recomenda redobrar a atenção para não prejudicar a saúde. E cita algumas alternativas, que também podem ser aderidas por quem não tem com quem dividir a cama.
— Se formos olhar basicamente para o lado fisiológico, ou seja, diminuir o estresse e aumentar o bem-estar, basta abraçar outras pessoas por longos segundos para ter uma sensação bem próxima. Outra sugestão é praticar boas ações, fazer carinho em um animal de estimação ou em um bebê — ensina ela.