Pode acontecer: depois de algum tempo, o que era amor dá lugar a uma amizade. Em 2018, Fernanda Souza e Thiaguinho anunciaram o fim do casamento, depois de mais de oito anos juntos. À época, o ex-casal afirmou que a amizade e o bom relacionamento que tinham deve permanecer, o que foi mostrado em inúmeras demonstrações públicas de afeto nos últimos anos.
A terapeuta de relacionamentos Rosangela Matos afirma que muitos casais, em especial os que estão há mais de três anos juntos, podem passar pela mesma situação, no entanto, nem sempre conseguem identificar que realmente houve uma mudança na relação, que continua sendo carinhosa e respeitosa:
— Uma relação não termina de um dia para o outro. Com o passar do tempo, as pessoas mudam, evoluem, e é preciso fazer ajustes no relacionamento, se assim for o desejo do casal. Ou não, não é? Separações acontecem todos os dias e está tudo bem. O importante é avaliar e aceitar isso — diz.
Rosangela destaca que em todo o relacionamento deve existir amizade, mas se a convivência se limitar apenas a isso, fica difícil manter um namoro ou casamento por muito mais tempo:
— A amizade é importante, mas a parceria é ainda mais. Ter alguns planos e objetivos em comum, caso contrário, é como se cada um tivesse uma vida particular.
A seguir, a especialista enumera alguns sinais que podem ajudar a reconhecer se a união chegou a este ponto:
Comodidade
Rosangela alerta para quando a convivência do casal se torna cômoda e não há mais tanto interesse em agradar e surpreender o outro, ou ainda compartilhar momentos juntos:
— A rotina faz parte da relação amorosa, e ela é boa. O que não é bom é a preguiça com a relação — comenta.
Segundo a especialista, isso nem sempre parece um problema à primeira vista, mas pode começar a se tornar um desconforto para o casal depois de um tempo:
— Quando você monta sua empresa, você trabalha pra manter o sucesso dela. Com o relacionamento também é preciso um dedicação. As coisas não são automáticas.
Falta de desejo
Esse, talvez, seja um dos pontos principais, segundo Rosangela.
— A sexualidade é o que diferencia a relação fraterna de uma relação amorosa. Mas não é só o ato em si. É o toque! É querer estar junto, é pegar na mão, é o namoro no sofá, é o jantar romântico — detalha.
Se o casal tem filhos, por exemplo, esses momentos a sós podem se tornar ainda mais raros. O fundamental, segundo ela, é que haja vontade de estar com o outro, o que já indica que não existe apenas um sentimento de amizade:
— Demonstrar esse desejo faz toda a diferença.
Perder a intimidade enquanto casal
Para a especialista, existe uma linha tênue entre a intimidade saudável e a que pode ser prejudicial ao relacionamento do casal:
— É aquele momento em que o casal começa a compartilhar o banheiro. A mulher está espremendo espinha, tirando pelinho do rosto, na frente do parceiro. Isso até é engraçado, mas parece mais uma relação que você tem com o melhor amigo, não é?
Virou amizade, e agora?
Se a dúvida surgir, é importante, primeiro, fazer uma autoavaliação: olhar para seus próprios sentimentos, desejos e planos. A partir de então, você deve abrir o jogo e ouvir o que o outro pensa sobre o assunto, com respeito e sem conflitos:
— O diálogo é o centro de tudo. Se alguém está lendo essa matéria e se identificou, talvez seja hora de olhar com carinho para seu relacionamento e conversar francamente com o parceiro — aconselha Rosangela.
Se ainda existir a vontade de ambos de estarem juntos, é possível estabelecer novos acordos, por exemplo:
— Não existe um método mágico para manter uma relação apaixonada, e sim duas pessoas dispostas a tentar fazer uma relação dar certo. Sempre existe a possibilidade de o casal tentar novamente.