Fotos: Unsplash
Por Camila Maccari, especial
Dizem que sexo é como pizza: mesmo quando é ruim, é bom. Mas é aquela coisa, né? Quem disse isso pode nunca ter comido um pedaço de pizza realmente ruim. Porque tem vezes que sexo ruim é só ruim mesmo – é desconfortável, você se desconcentra e as chances de se divertir são quase nulas.
Se este "pior sexo da vida" é casual, fica mais fácil tentar contornar a situação. Ali, sua única preocupação é o próprio prazer, então não tem porque seguir na cama com alguém se a única imagem que passa pela sua cabeça é a de "dois peixes se debatendo fora d’água", como diz uma cômica amiga minha. Nesses casos, a dica da sexóloga Izabel Eilert é de que você fale sem medo – já que, bem, “você não tem nada a perder", né?
– No sexo casual, aquela ideia de que as pessoas devem ser egoístas na cama é ainda mais forte. Quando não há sentimentos ou um relacionamento na conta, você pode sentir mais livre para falar. Se tiver que parar tudo, dar algumas dicas, sugerir algo diferente, não se reprima – afirma a especialista.
Não que você deva se reprimir para falar sobre sexo em um relacionamento, pelo contrário: transar é uma parte importante na vida do casal, é saudável e falar sobre isso deveria ser natural. Pode ser que ele tenha ficado preguiçoso, que vocês não tenham lidado bem com a rotina ou que o sexo sempre foi assim mesmo, mas agora você quer mudar isso. Se aconteceu alguma coisa no meio do caminho e você percebeu que o tempo passado na cama não é satisfatório, vale iniciar uma aproximação para reverter isso.
Izabel lembra que, antes de abordar o parceiro, você tem que saber o que exatamente está errado. É o tal do autoconhecimento – que serve pra tudo, até pra lidar com sexo ruim: só sabendo do que você gosta pra saber do que você não gosta, né?
Está pronta para começar? Vem ver as dicas de Izabel: quando o assunto é sexo, comunicação também é palavra-chave.
Na cama, dê dicas
Se você ainda não consegue verbalizar o que quer na hora do sexo, deixe que seu corpo fale. Gemidos, conduzir as mãos e qualquer outra maneira de indicar estão valendo! Você tem que entender que nem sempre a outra pessoa vai poder adivinhar as coisas sozinha.
– Um dos problemas mais comuns é a preliminar muito rápida. A mulher acaba fazendo sexo antes de estar pronta porque o homem já está pronto faz tempo. Aqui vale muito usar o corpo, por exemplo: se outra pessoa já está começando a baixar a cabeça para fazer sexo oral mas você ainda está curtindo os beijos, sinalize como aquele momento, o do beijo, está bom.
Escolha o local ideal para falar
Quando o assunto é sexo, a cama serve apenas para fazê-lo. Segundo Izabel, não se deve ter um papo cabeça na cama – e, a não ser que você esteja falando coisas quentes no ouvido, falar sobre sexo configura papo cabeça. O melhor local para explorar verbalmente os desencontros da hora H é um que seja tranquilo para o casal.
– Quem sabe na mesa, durante um jantar, quando vocês estiverem bem um com o outro: esse tipo é o momento ideal para tocar no assunto. Sem acusações nem mágoas reprimidas, a comunicação fica mais fácil e tem mais chances de ser efetiva.
Foto: Fernando Rezende
Comece a conversa com elogios
Izabel é direta: se só tem coisa ruim, cai fora que então definitivamente não vale a pena. Se tem coisas boas, dê valor para elas. Essa delicadeza muda completamente o tom da conversa:
– Fale das coisas que você adora, como o beijo, a companhia ou qualquer outro detalhe. Você não quer minar a autoconfiança da outra pessoa, aliás, quanto mais segura ela se sentir, mais bem recebida será a conversa. E então você comenta que tem algo que poderiam melhorar – ensina.
A ideia, segundo a sexóloga, é começar uma conversa que não pareça uma crítica ou uma acusação, mas uma proposta. Do tipo, vamos tentar melhorar isso juntos?
Fale de si
Quando você fala de si, o outro não vai precisar se defender, porque não é uma acusação. Explique como você se sente, do que você gosta, do que você não é muito fã, o que você acha que não está funcionando. A pessoa que está contigo vai querer que você se sinta bem e esse tipo de aproximação pode fazer com que ele pense sobre o assunto.
E se ele não prestar muita atenção...
Sexo é natural, mas falar sobre sexo é mais complicado mesmo. Se você tentou dar sinais, puxou o papo ou falou como se sentia e o parceiro não fez muito caso, tente insistir:
– Talvez você tenha que dar um papo reto mesmo, mas a regra de comunicação segue a mesma. Vale começar a conversa lembrando que você já falou sobre isso mas que, talvez, não tenha sido compreendida.
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