É mais frequente do que se imagina e afeta a vida sexual de muitas mulheres. Estamos falando da dor no sexo: um estudo realizado no Serviço de Atenção Integral em Saúde Sexual do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, de Porto Alegre (SAISS), por Sandra Scalco, ginecologista e sexóloga, mostrou que foi justamente este motivo que levou mais de 50% de 403 pacientes, avaliadas nos últimos cinco anos, a buscarem ajuda. Depois, vinham queixas como falta de desejo (32%) e dificuldade de orgasmo (6%). Mas, sabe-se que aproximadamente 40% das mulheres apresentam alguma disfunção sexual.
Entre as causas mais comuns, estão os efeitos da menopausa, uma possível infecção, traumas, falta de atenção às preliminares ou mesmo conflitos ou tensão em relação ao parceiro.
Um fator se destaca, como explica a sexóloga Carla Cecare, é a diminuição da lubrificação. Seja qual for o caso, a solução começa por reconhecer o problema, tomar uma atitude, conversar com o parceiro não deixar que este se torne um problema crônico e, principalmente, buscar ajuda, se necessário.
E agora?
Busque ajuda. A ginecologista e sexóloga Sandra Scalco relata que é muito raro uma paciente queixar-se espontaneamente de que algo não vai bem na cama. Então, é importante falar sobre o assunto.
Descubra a causa!
No caso de falta de lubrificação, vale conversar com o parceiro para dar uma atenção especial para ajudar você a entrar no clima. A prioridade é relaxar e permitir-se sentir prazer, diz a ginecologista e sexóloga Sandra Scalco. E, para isso, quanto mais estímulo para que atinjam um nível bom de excitação, melhor. Na prática, 15 a 20 minutos de preliminares fazem a diferença. Adotar o uso de géis lubrificantes à base de água também pode ajudar.
A dor no sexo pode ser um sintoma de traumas ou de questões não resolvidas, a dois ou com você mesma. Um exemplo: mulheres que passaram por alguma situação de violência sexual têm até três vezes mais chances de desenvolver uma disfunção sexual. Também quem não conseguiu superar episódios de infidelidade ou sofre de depressão pode ter dores e sentir menos prazer no sexo. Nesses casos, o mais recomendado é recorrer à terapia sexual – individual ou o casal. Importante é buscar ajuda, pois o tratamento em geral é de caráter breve e com bons resultados. E melhorar a qualidade de vida sexual é um dos critérios para melhorar a qualidade de vida como um todo.
Previna-se
Uma forma de prevenir problemas sexuais e lidar com eles é investir na qualidade de relação, consentimento, satisfação, intimidade, comunicação entre o casal e criatividade.
– As pessoas se preocupam tanto com alimentação saudável e exercício físico, mas ainda não consideram a importância do sexo com qualidade em suas vidas – afirma Sandra.
Atenção
Se a dor continuar se prolongar por muito tempo, recomenda-se a procura de um médico ou psicólogo especializado em sexualidade, já que o problema pode ser considerado uma disfunção sexual, na medida em que persistir mais de seis meses, causando sofrimento à mulher ou sensação de inadequação no casal.
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