Dona do maior canal de finanças do mundo no YouTube, com mais de 5 milhões de inscritos. Comprou o primeiro apartamento à vista aos 24 anos, ficou milionária aos 32 e foi pioneira ao criar uma plataforma de entretenimento financeiro. Apresentou reality show, lançou série, escreveu livro e coleciona prêmios. Essa trajetória é de Nathalia Arcuri, ou melhor, a Nath, do Me Poupe!. É pelo apelido que os seguidores se referem à jornalista que largou um ótimo salário na TV para ensinar na internet como os brasileiros devem gerenciar seu dinheiro mês a mês.
Para a paulista de 35 anos, planejamento financeiro é sinônimo de libertação – principalmente quando se trata do público feminino, em razão da violência doméstica.
– Existem muitos dados que comprovam que boa parte de quem se submete a relacionamentos violentos têm algum tipo de dependência financeira. Vira e mexe recebemos depoimentos de mulheres que se livraram destes trastes – conta Nathalia.
O interesse pelo planejamento financeiro vem da infância. Aos oito anos, a jornalista começou a juntar grana para ter o primeiro carro quando chegasse à maioridade. A paixão por administrar seu dinheiro cresceu com ela, mas sempre no status de hobby. Foi por isso que a paulista decidiu cursar jornalismo e, em paralelo, fazer cursos em finanças.
Virou repórter especial no SBT e na Record, porém, acabou se rendendo aos números em 2015, quando tomou coragem e pediu demissão para fundar o blog Me Poupe!. Meses depois, deu início ao canal homônimo no YouTube – hoje, é referência absoluta no tema. E ela não para: durante o distanciamento social, lançou uma nova plataforma, o SOS Me Poupe, e também estreou a série Mulheres que Mudam o Mundo no YouTube.
A seguir, confira um bate-papo com Nath sobre reinvenção na crise, os desafios das mulheres empreendedoras e como tomar as rédeas das finanças:
Estamos vivendo um momento de incertezas em razão da pandemia. A crise acaba forçando uma novo olhar sobre o planejamento financeiro?
É um momento de se reinventar. Mas isso é tão difícil! Temos que partir de um pressuposto que, um dia, nos inventamos. Mas, nem sempre, isso é verdade. Pensamos em uma profissão sem necessariamente ter criado um plano para a gente mesmo. Pela primeira vez na vida, a maioria de nós está se vendo obrigada a criar um novo plano de vida. Não podemos ficar presos ao passado, ao dinheiro que eu tinha, que eu gastava. Precisamos pensar no momento e em como as pessoas estão vivendo o presente. O que será que posso fazer para ganhar dinheiro mesmo com as pessoas dentro de casa? Quando falamos isso, vem um vácuo na cabeça, mas quando pensamos nas soluções, elas começam a aparecer.
Quais os desafios que as mulheres estão enfrentando na pandemia na área de finanças? Você recebeu mais pedidos de ajuda?
O que mais me chama atenção é um despertar da mulher, pelo menos do meu público. Mais do que as dores. Lançamos uma pesquisa bem bacana pela nossa nova plataforma, a SOS, e vimos diferenças principalmente no comportamento das mulheres quando empreendem. Percebemos que as mulheres se autorresponsabilizam muito mais do que os homens. Eles disseram que são os impostos, o governo e a falta de clientes que os impede de crescer. As mulheres souberam reconhecer que (no caso delas) é a falta de conhecimento técnico. Isso é extremamente positivo porque, de fato, o que impede um empreendedor de crescer não são os impostos, o governo, é a falta de conhecimento, treinamento e experiência. O lado positivo é a mulher se ver nessa posição de buscar conhecimento. Por outro lado, tem a tendência feminina de que nunca estamos preparadas. O homem se joga mais, é mais agressivo, ousado. Não precisa estar 100% pronto para fazer. Já as mulheres, tem pesquisas que mostram isso, querem estar 100% prontas sempre para fazer qualquer coisa. Tenho impulsionado e encorajado as mulheres a fazer do jeito que dá, do jeito que tem. Sem esperar estar perfeito. Crescemos nos cobrando, somos cobradas para ser perfeitas. Quando trazemos isso para o mundo empreendedor, isso é muito nocivo para a mulher, porque empreender é errar. O tempo inteiro. Quando você erra, você aprende, resolve um problema, mas, na sequência, vai vir outro maior e você vai errar de novo. Não necessariamente aprendemos a conviver com nossos erros. Desde criança, ouvimos que não podemos ser isso, aquilo, não pode falar palavrão, não pode sentar assim, tem que estar bonita, impecável, cuidar das crianças. Mas estou muito contente de ver uma posição de despertar das mulheres nesse momento. A mulher, mesmo começando pequena, vende brigadeiro, faz maquiagem, pensa em como pode melhorar o que está fazendo. Estamos aqui para dizer que é possível, mas você vai errar, e vai ter que testar. E está tudo bem!
Quanto você tem pouco dinheiro, é sua obrigação planejar, não só para juntar, mas para planejar os próximos passos para ganhar mais."
Para você, o período de distanciamento social serviu para tirar projetos do papel?
Temos nosso planejamento de empresa para o ano inteiro. Mas veio a quarentena e ela deu uma rasteira, tivemos que encaixar o SOS em outros planos que a gente tinha. Tivemos que contratar 12 pessoas novas, é uma equipe terceirizada. É mais uma tarefa dentro desse meu dia insano. Estar em casa me ajudou porque consigo ficar mais focada. No escritório, não consigo me concentrar às vezes. De casa, estou dando conta melhor. Estou trabalhando muito, mas me cuidando bastante para não ir além dos meus limites. Começo às 9h da manhã e vou até 20h. Daí viro abóbora, tiro o som do meu celular e ninguém mais me encontra. Antes da própria quarentena, ia mais tempo, 20h30min, 21h, 21h30min. Estou me preservando mais.
Conheça o canal Me Poupe!
Você já afirmou que a motivação para falar sobre finanças de um jeito mais acessível em seus vídeos tem muito a ver com os dados de violência contra a mulher. Ensinar o público feminino a gerir a vida financeira é uma forma de trazer libertação?
Mulheres que passavam o dia fora de casa ou que os maridos passavam estão cada vez mais próximas do agressor. Existem muitos dados que comprovam que boa parte dessas mulheres que se submetem a relacionamentos violentos tem algum tipo de dependência financeira. Não necessariamente não trabalham, mas só percebem que não são independentes quando pensam em se separar. Aí elas percebem que não conseguem manter o padrão de vida apenas com seu salário, isso é pior ainda para quem tem filhos. Vêm as ameaças sobre a questão de não ter dinheiro para cuidar dos filhos, daí ela vive na eterna dúvida entre abandonar o casamento, correr o risco de perder a guarda dos filhos ou ficar debaixo do teto de um marido agressor. E quanto mais violentada, menos ela performa no trabalho. É um ciclo vicioso: não tenho força para trabalhar, garra, apoio dentro de casa. A palavra é batida, mas quando dá o poder, empodera, dá a educação financeira para essa mulher, quando ela tem o controle da vida financeira, ela sabe investir, poupar, quanto custa a vida financeira dela, é uma ferramenta poderosa de liberdade. Não tenho dúvida, ainda é meu maior combustível para trabalhar. Vira e mexe recebemos depoimentos de mulheres que se livraram de trastes pela mudança de vida.
Você é exemplo para as mulheres que acompanham seu trabalho. Sente o peso da responsabilidade por ter se tornado referência?
Sentia muita falta de referências, ainda sinto. É um tema que vem ficando cada vez mais aparente na mídia, nas novelas, mas não sei até que ponto não é uma imagem romantizada que a gente vê. E a ideia do Mulheres que Mudam o Mundo é mostrar a realidade dessas mulheres, o que elas pensam, que estrutura tiveram. Estou numa fase de crescimento na minha empresa, que chegou num patamar, mas, agora, precisa expandir, preciso de novas referências. Chega em um momento da vida que você começa a entender que, às vezes, o seu mentor ou os líderes homens não servem de referências porque não enfrentam os mesmos dilemas e problemas que a gente. Na questão técnica, o homem pode até te ajudar, mas, no emocional, dificilmente vai te entender. Acho que era isso que faltava. Então, quando vou a campo conversar com essas mulheres, quero saber o que ela sentia quando saia de casa às 7h da manhã e voltava só às 22h com três filhos para criar. É isso que impede as mulheres hoje de empreender, é o sentimento de culpa, é a falta de uma parceiro dentro de casa que vai ajudar, ou ter um parceiro que vai julgar, dizer que não é uma mãe para seus filhos. E esse sentimento acaba com qualquer sonho. E, infelizmente, a gente ainda não entendeu que isso é uma forma de violência. Dificilmente vemos uma mulher cobrando um cara que saiu às 7h da manhã e voltou às 20h. Muito pelo contrário. Uau, meu marido é supertrabalhador, cuida da gente. São esses paradigmas que quero quebrar com o Mulheres que Mudam o Mundo, que são mães, que têm seus erros, mas que foram lá e realizaram seus sonhos. Criaram seus filhos, hoje são independentes, e cometeram seus erros como toda a mãe comete, mesmo aquelas que ficam em casa. Precisamos entender que somos mulheres, antes de ser mãe e esposa, somos seres humanos, temos sonhos. As pesquisas mostram que empresas lideradas por CEO mulheres geram mais lucro do que empresas lideradas por homens, temos competência para fazer empresas gigantescas que geram lucro e impacto social.
Você já afirmou que ouviu muitos "nãos" na vida, mas sempre lutou pelo o que acreditava. Quais preconceitos teve que quebrar para chegar onde está hoje?
Sempre imaginei muito, sempre olhei para o futuro como algo que era capaz de realizar. Nunca me achei incapaz, as pessoas acharam que eu era. Mas eu sempre soube que era capaz, sabia que dependia só de mim chegar onde eu quisesse. Foi assim que fui trilhando meu caminho. Primeiro, criava meus objetivos e, na sequência, uma estratégia. Entendia onde estava, aonde queria chegar e o que precisava fazer para chegar lá. Apesar dos nãos todos que tomei, e sou grata a todos eles, porque, senão fossem eles, eu não teria me aperfeiçoado. Em 2015, fiz um roadmap, tracei os próximos sete anos da minha vida. E aí, esses dias fui dar uma aula no meu curso online, e eu ensino eles a montarem o seu roadmap. Eles sempre pedem para eu mostrar para eles o meu. Quando fui ver, percebi que cumpri todas as minhas metas antes do planejado. Se eu disser para você que não imaginava onde ia chegar, é mentira. Não só imaginava como desenhei. É exatamente o que estou fazendo agora. Como já cumpri meus objetivos, desenhei novos. Tenho uma equipe de 30 pessoas e o meu desafio é ser a líder que essas pessoas precisam. São esses desafios que vão aumentando quando empreendemos, preciso me reinventar a cada três meses, tem que rodar uma atualização de aplicativo (risos). No mundo que vivemos hoje, com tecnologia e concorrência, não tem como não se atualizar, pensar em um plano para a empresa e viver aquilo por cinco anos sem mudar nada na rota.
Seu interesse pelas finanças vem desde a infância, mesmo que seus pais fossem leigos no assunto. O apoio deles foi determinante para empreender e chegar onde chegou?
Sempre tive dentro de casa a liberdade, meus pais confiaram muito em mim. E sempre fui muito prematura. Minha mãe falava que eu tinha oito anos, mas parecia ter 20 (risos). Sempre fui muito confiante nas minhas decisões. De verdade, nunca dei muito ouvido para os meus pais, minhas decisões foram tomadas sozinha. Quando pedi demissão da TV para abrir meu negócio, eu tinha um excelente salário. Comuniquei os meus pais da decisão e eles só perguntaram: “Você tem certeza disso que está fazendo?". Eu disse que sim, que ia dar tudo certo. Mas claro que eu não fazia a menor ideia (risos). Acho que sempre tive essa certeza de que tudo dependia de mim, que não podia colocar essa responsabilidade nos meus pais. Eles não estavam dentro de mim para saber do que eu era capaz, não fizeram os estudos que eu fiz, não tinham conhecimento da minha área de atuação. Como eu podia confiar uma decisão como essa, ou pedir uma opinião, para os meus pais que viviam em mundos completamente diferentes do meu? Vejo muita gente cometendo o que acho ser um erro. Pedindo opinião para pais, mães, maridos, mulheres, irmãos, que não fazem a menor ideia daquele universo, não sabem o talento da pessoa. E, às vezes, só vão puxar a pessoa para baixo. Dizer que o mercado está saturado, que está todo mundo demitindo, por que empreender justo agora. E a maioria dos empreendedores que me procura relata exatamente isso, que se sentiu desmotivado. Conselho de quem passou por isso: se você confia em você e está em dúvida do que fazer, procure alguém que já traçou e viveu o mesmo caminho.
Finanças é tema tabu para alguns, ainda mais quando uma mulher aborda o assunto e investe no bom humor. Esse é um dos segredos do sucesso do Me Poupe!?
Acredito que sim, não era o que tinha em mente. Mas só sei que é verdade porque as mulheres me dizem: "Nath, você é uma inspiração para mim. Até saber que você existia achava que era incapaz de cuidar do meu dinheiro". Até porque sou de humanas, não sou de exatas. Nunca tinha feito uma planilha na minha vida. Comecei a fazer quando fui empreender, entendi que precisava ter controle de fluxo de caixa e tudo mais, que era um novo mundo de planejamento financeiro pessoal, que eu fazia com um pé nas costas, juntava dinheiro desde os oito anos. Minha cabeça já pensava como uma planilha ambulante, é bem bizarro, me ver no supermercado, por exemplo, é bem esquisito. Várias vezes no caixa do supermercado olho para a pessoa que está comigo e digo: "Vai dar R$ 69,60". Chega lá e dá exatamente isso. Acho que as pessoas pensam que sou de humanas e se aproximam do tema. Não só as mulheres, os homens também. Pessoas que viam nas finanças pessoais algo que não é para quem tem pouco dinheiro, como se planejamento financeiro e investimento fosse para quem tem muito dinheiro. E não tem nada a ver uma coisa com a outra. Quanto você tem pouco dinheiro, é sua obrigação planejar, não só para juntar, mas para planejar os próximos passos para ganhar mais. É aí que eu trouxe uma mudança de mindset mesmo. As pessoas não param para pensar que também depende delas ganhar mais dinheiro. Antes do Me Poupe!, pouco se falava de gerar renda extra, ganhar mais dinheiro. E isso não é um problema. Tem a questão do tabu, o dinheiro é tabu no Brasil, assim como o sexo. Não falo de dinheiro, a não ser que seja um problema, se estou ferrada de grana. Principalmente para as mulheres, falar de ambição financeira é algo que não pega muito bem, ou, pelo menos, não pegava. Qual é o grande problema de falar sobre isso? Sempre foi algo que não entendi muito bem, pois o dinheiro é uma ferramenta como qualquer outra. Se pegar um prego, martelo e madeira, faço uma mesa. Se pegar dinheiro e investimento, faço uma casa (risos).
Seu discurso, muitas vezes, impacta nas escolhas de vida das pessoas, como ter filhos, comprar uma casa, viajar. O objetivo é mostrar que o tema finanças está muito longe de se resumir apenas ao dinheiro?
Para mim, finanças não é dinheiro, é vida, é liberdade. É você tomar decisões o tempo inteiro. É você ir no supermercado e escolher o que vai comer, escolher o parceiro de vida que estará do meu lado, se vai cozinhar em casa ou pedir comida pelo aplicativo, se vai fazer faculdade, se vai sair com seus amigos. Tudo isso impacta na nossa vida financeira. É isso que meu método traz de diferente. Para se ter uma ideia, no meu curso, antes de começar a falar sobre dinheiro, faço os meus alunos pensarem em valores pessoais. Ninguém cria uma meta financeira sem antes saber os seus valores. Tem aluno que chega dizendo que quer comprar casa à vista, carro, quer viajar. Fazemos o exercício sobre valores e eles entendem que, aquilo que acham que eles queriam, era uma imposição da sociedade. Por exemplo, para uma pessoa que quer a liberdade, ter uma casa própria não faz o menor sentido. Casa própria dá tudo, menos liberdade. Você fica preso ali. Se tiver o dinheiro investido, você vai para onde quiser e o dinheiro trabalha para você. Mas, se você é uma pessoa que a segurança está em uma valor acima do que a liberdade, talvez a casa faça sentido. Se eu não avaliar essas questões de vida, não tem planejamento financeiro. Só entendi isso porque sempre me achei um peixe fora d'água. Quando tinha oito anos e comecei a juntar dinheiro para comprar um carro, depois entendi que não era o bem, era o significado de liberdade. A mesma coisa com meu apartamento. Quando entrei na faculdade, minha meta era juntar dinheiro para comprar um apartamento à vista assim que saísse. Só consegui abrir mão de ir na balada e tomar água, levar lanche de casa na faculdade, comprar em brechó, ir trabalhar em três empregos diferentes, porque aquele apartamento fazia tanto sentido que não era uma balada, uma calça jeans, um biscoito no intervalo que iam me desviar no meu sonho. Fazendo as contas, tanto que eu economizei só de focar no que eu queria tornou mais fácil conquistar todos os meus objetivos. Com 24 anos, comprei o meu apartamento à vista com 15% de desconto, inclusive.
Você passa a imagem de uma mulher decidida, poderosa e de sucesso. Como lida com suas inseguranças?
Tento mostrar essa coisa do gente como a gente, esses dias postei um pão na chapa que deu errado (risos). Todo mundo tem vulnerabilidades. Durante muito tempo, não soube aceitar muito as minhas, e isso me fez sofrer bastante. Apesar de não aceitar muito, o medo nunca me paralisou. Esses dias, alguém me perguntou do que eu tinha medo, que parecia não ter medo de nada. E eu disse que tenho medo todos os dias. Consegui desenvolver uma técnica para lidar com o medo: lido com o desconhecido buscando informação. Antes de tomar qualquer decisão na empresa e na vida, preciso entender onde estou entrando, não consigo mergulhar em nada sem fazer um estudo. Sou uma pessoa cheia de problemas, complexos, como todo mundo. Acho que vivi muito precocemente várias questões, e isso ficou no passado. Com nove anos, tive anorexia. Com 13 anos, a primeira depressão. Aos 20, procurei ajuda: psiquiatra, psicólogos, comecei a tomar remédios. Aprendi a lidar com meus complexos muito cedo. Agora, com 35 anos, apesar de ser jovem, sou bem rodada (risos). A reportagem também amadurece muito a gente. É como se tivesse vivido 50 anos em cinco. Vi tanta coisa, tanto sofrimento, aprendi a ser grata pela vida que eu tenho. Não sou uma mulher de ferro, que é tudo perfeito, mas acho que aprendi a lidar com as tragédias da vida. Perdi um namorado muito jovem, fiquei viúva com 17 anos. Você aprende a lidar com as frustrações da vida. Não é segurança, é experiência, que vem de você se testar o tempo inteiro. Aprendi que o mais importante sou eu.
Você é influente, já lançou livro, série e é superpremiada. O que mais falta para a Nathalia Arcuri?
Falta muita coisa. Não é sobre a Nathalia, é sobre o propósito da marca, do Me Poupe!. Até hoje fui só um instrumento, o jeito mais barato de conseguir o que eu queria, que era mudar a vida financeira das pessoas. Hoje, com uma marca mais consolidada, com o dinheiro em caixa da empresa, sabendo de coisas que não fazia a menor ideia há cinco anos atrás, esses planos estão maiores. Temos curso com 15 mil alunos, 14 milhões de pessoas que nos acompanham em todas as nossas redes todo o mês. Mas o Brasil continua ferrado, agora ainda mais, com a covid-19. Agora, é entender mais como o Me Poupe! pode colaborar para um futuro mais sustentável, oferecer mais ferramentas para as pessoas, chegar nas periferias, nas escolas, nas leis, mudar estruturas. Temos muita coisa para fazer. De 0 a 100, não fizemos nem 1% do que vamos fazer.