Estão cada vez mais frequentes as notícias de aumento de violência doméstica em função do isolamento social, medida de prevenção contra o coronavírus. Pensando nisso, as marcas de cosméticos Natura e Avon se uniram em campanha contra a violência de gênero, intitulada #IsoladasSimSozinhasNão. A iniciativa busca difundir esclarecimentos sobre o tema e auxiliar mulheres a identificarem sinais de relações abusivas.
— Para muitas mulheres e meninas, o confinamento pode aumentar a frequência e a gravidade dos episódios de violência doméstica, em todas as suas formas. Precisamos redobrar o apoio a essas mulheres, para quem a casa, longe de ser um lar seguro, é o espaço em que está mais exposta ao risco. Queremos, por meio dessas iniciativas, mostrar que elas não estão sozinhas — aponta a diretora executiva do Instituto Avon, Daniela Grelin.
As marcas fecharam parceria com a startup Mete a Colher para o uso da ferramenta Tina, na qual é possível receber orientações específicas de psicólogos, assistentes sociais e advogados.
Além disso, o Instituto Avon produziu uma série de conteúdos que têm sido publicados em suas redes sociais com dicas para cuidar da saúde mental durante o confinamento, identificar sinais de relações abusivas e formas de pedir ajuda. Já Natura patrocinou uma minissérie com cinco episódios do podcast Mamilos sobre a temática. Ao final de cada episódio, é abordada a história de uma mulher que superou o ciclo da violência.
:: Onde mulheres vítimas de violência doméstica podem pedir ajuda no RS
:: Onde pedir ajuda contra a violência doméstica em Porto Alegre
De fato, segundo levantamento da Central de Atendimento à Mulher, houve um aumento de quase 9% no número de atendimentos no Brasil durante a quarentena. Entre os dias 17 e 25 de março, foram 3.303 ligações recebidas e 978 denúncias de violência doméstica registradas.
E essa constatação não foi apenas por aqui. Na França, o governo divulgou um aumento de 36% no aumento dos casos só na capital após as restrições de circulação. Na China, ONGs de defesa à mulher notaram o número de consultas triplicar.
Em meio à crise global, a ONU Mulheres inclusive elaborou um documento em que pontua uma série de recomendações para minimizar os efeitos da pandemia em relação às mulheres.