Quando estreitamos a convivência com uma pessoa que faz tratamento contra o câncer, não raro nos questionamos se não estaria nosso pet com os sinais silenciosos da doença. Essa pergunta é bastante comum, pois é fato que há pacientes que só descobrem que são portadores depois de um exame de rotina, ou ainda quando uma dorzinha chata em algum lugar começou a ficar recorrente.
Sendo assim, com animais a situação pode ser descoberta quando o mascote deixa de caminhar ou de se alimentar, e assim o tutor fica sabendo que perdeu aquele tempo precioso de diagnosticar a doença em tempo hábil de ser tratada.
Ser pego de surpresa após um exame laboratorial de rotina acontece, mas seguem aqui algumas formas de você se antecipar para saber se seu pet pode estar com câncer.
1) "Bolinhas" pelo corpo
Uma das maneiras como os tutores descrevem alterações em seus pets é a formação de "bolas"em determinada parte do corpo, em especial animais mais velhos. Saiba que é bastante comum aparecer protuberâncias nas costas de seu cachorro, e em boa parte dos casos se trata de um lipoma, uma bolinha composta de gordura que aumenta com o passar dos anos. A princípio não é patológico, mas é um sinal a ser acompanhado.
2) Feridas que não cicatrizam na pele clara
Não é incomum tutores gastarem muito tempo passando pomadas cicatrizantes na pele de cães e gatos que não cura de jeito nenhum. Atenção, que os animais também sofrem com tumores de pele.
3) Feridas abertas na ponta da orelha e do focinho de animais brancos
A pelagem branca é um problema até mesmo em animais quando o assunto é sol. Gatos com orelhas brancas podem apresentar feridas na ponta das orelhas e no nariz, em especial quando é um nariz branquinho. Cães com focinho branco, como o Bull Terrier, também podem apresentar feridas insistentes em cima do nariz.
4) Caroços dolorosos
Esse relato é mais complicado, em especial quando ocorre nas mamas e nos testículos dos animais. E nem sempre em animais velhos. O tumor de mama começa também com uma pequena bolinha endurecida em uma das tetas da mascote, mais comum em cadelas. E por ter um componente genético, não necessariamente ocorre em animais mais velhos.
5) Tosse
Não é necessário sair correndo para o veterinário se seu pet tem sinais de tosse. Contudo, tumores no pulmão costumam comprometer a capacidade respiratória dos animais. Cadelas com "bolinhas" nas mamas e tosse persistente devem procurar assistência veterinária.
6) Cansaço
Animal cansado é um sinal inespecífico e pode representar muitas coisas, até mesmo um mal passageiro. Contudo, esse sinal está associado também a dificuldade respiratória que algumas metástases podem estar trazendo aos pulmões. Em animais mais velhos, cansaços podem estar relacionados ao mal funcionamento do coração.
7) Desânimo
A dor causada por alguns tipos de câncer é silenciosa, e isso faz com que seu pet, sem entender de onde vem aquele desconforto, acabe ficando mais tempo na casinha saindo apenas para se alimentar. Esse sinal também é comum a outras situações, como dor na coluna, articulações, dor no estômago e má digestão, mas é bom estar atento se seu pet ficar muito tempo sem sair do seu ambiente de conforto.
8) Histórico familiar
Saber que o pai ou a avó do seu mascote teve de se tratar de câncer é um indicativo de exames regulares para controle.
9) Magreza excessiva
E não é por falta de comida. O câncer é uma célula jovem que consome boa parte da energia dos mamíferos e isso vale para cães e gatos. Pets desidratados, animais que se alimentam bem, mas que estão emagrecendo também devem ser investigados.
10) Dor em algum lugar
Pegou o pet no colo e do nada ele reclamou? Se ele gostava de ficar no colo, mas já foge do seu contato há semanas, é porque tem algo importunando-o de forma constante. Uma parte do corpo mais sensível é "espremida" dentro do mascote quando ele foi encolhido em seu colo. Não é sinal específico de câncer, mas pode ser o início de uma dor.
O importante para saber como anda a saúde de seu pet - e fazer com que ele viva por mais tempo - é manter a frequência de exames laboratoriais pelo menos uma vez ao ano. Independente de estar buscando por sinais de câncer, exames de rotina podem indicar anemia, infecções e muitas outras situações que podem comprometer o bem-estar do seu mascote em um espaço de tempo muito curto.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É - histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação". Escreve semanalmente em revistadonna.com.