Aspirador de pó robô, esses em formato de disco que a gente vê tranquilamente limpando o chão de lojas na cidade, funciona muito bem para recolher pelos de cachorros e gatos da casa, mas é necessário conhecer bem o produto para saber qual se adapta melhor ao piso no qual que será utilizado.
O preço assusta (não sai por menos de R$ 1 mil) e a lista de pessoas reclamando da falta de assistência técnica é outro ponto que pode emperrar a venda quando o assunto é ter um aliado no combate aos pelos soltos pela casa.
A variedade também é grande e nem todas as vantagens oferecidas acabam valendo para o seu caso, mas a gente só sabe disso depois que compra — e testa — o equipamento. Já tive três, em diferentes locais. Houve uma compra muito feliz, mas também amarguei aquela que a gente tem certeza de que colocou dinheiro fora.
Veja abaixo algumas dicas para saber qual é o melhor robô aspirador para o seu tipo de piso.
Detalhes a que você deve estar atento antes de optar por um robô
Entre os equipamentos, haverá aqueles que, embora prometam recolher os pelos da casa, não valem para tapetes altos e peludos, tipo Shaggy. E são justamente eles o problema. Se este for seu caso, procure saber a altura (em milímetros) do tapete que você tem em casa e verifique se o equipamento garante subir nos tapetes mais altos. Mais do que isso: esses tapetes podem servir como obstáculo para o robô que ou para de funcionar ou compromete o sistema tentando subir nele.
Tapetes baixos tipo persa não serão problema, mas os móveis que ficam em cima deles podem não apenas comprometer a limpeza mas também estragar seu aspirador. Isso aconteceu comigo duas vezes com marcas diferentes. Alguns equipamentos vêm com uma segurança extra, um desligamento automático em caso de dificuldade para transpassar uma soleira de porta, um pé de mesa ou os pés da cadeira. O bom disso é que seu equipamento não estraga tentando sair de onde não consegue. O ruim é que se você deixou o aspirador em casa e contava que na volta estaria tudo limpinho, estará da mesma forma como deixou.
Os equipamentos sem segurança ficam tentando sair dos cantinhos onde ficam presos e esses locais você só descobre que existem depois de deixar o robô solto trabalhando pela casa. O melhor a fazer, se o equipamento não for daqueles que se desliga automaticamente em meio a uma complicação, é ficar fiscalizando o trabalho e ver onde é que ele pode trancar — e posteriormente estragar — sem conseguir sair.
Alguns têm nas laterais sensores que evitam tocar nos móveis. Isso é muito bom porque não os danifica, como aconteceu com uma cadeira minha, cujos pés ficaram cheios de marquinhas de batidas do robô. Aspiradores mais robustos passam pelos obstáculos e até empurram alguns móveis leves, como cadeiras, mas sinceramente não vi vantagem pois, além de fazer barulho com arrasto, danificam o aparelho.
E tamanho aqui não é documento. Um dos meus equipamentos, o menor deles por sinal, sobe em cima dos tapetes Shaggy e não tranca entre as cadeiras. Mas como nem tudo é perfeito, este mesmo robô não vem com dispositivo para desligar e mais de uma vez estragou por ficar trabalhando na soleira da porta.
Outro cuidado que se deve ter são os acessórios. Aqueles que vêm com pano úmido para limpeza funcionam bem na cozinha, mas esqueça onde tem forração! As fitas que prometem evitar que o equipamento transpasse determinado local comigo funcionaram apenas dois meses. Depois disso, por alguma razão, o robô acabou passando por cima da fita isolante.
Cuidando esses detalhes, conhecendo os pontos que podem complicar o funcionamento do seu robô e dando um jeito de amortizar isso, o equipamento funciona bem e você fica surpreso ao ver a quantidade de pó e pelos que removem. Os alérgicos agradecem o investimento.
Um capítulo à parte: a assistência técnica
Se você leu em algum lugar que a assistência técnica destinada a esses robôs é um desastre, não pense que é exagero. Uma das marcas que vende esse produto sequer atualizou no site o endereço do SAC. Você pode até enviar a pergunta, mas o e-mail vai voltar como inexistente. Antes de comprar o produto, faça um teste com o endereço fornecido pelo fabricante e verifique se eles respondem ao seu contato. Vai fazer falta mais adiante.
Aqueles que mantêm um canal ativo vão te pedir a nota fiscal e não importa quanto tempo faz que foi adquirido o robô. É necessário enviar a nota e pronto. Sem a nota, você não vai adiante.
Se você conseguir contato, uma das empresas fará com que você siga o manual de instruções antes de ratificar qual é o problema do robô. Você terá de desconfigurar e configurar novamente. E se o aspirador pertence a uma pessoa idosa, esqueça esses procedimentos porque são bem complexos para quem não vive essa geração online. Feito isso, e não resolvendo, o próximo passo é filmar o robô em ação, e só depois disso vão dizer para onde você encaminha seu equipamento.
Acabou? Não. A caixa para enviá-lo à assistência técnica deve ser forrada com papel pardo, fotos devem ser tiradas do seu aparelho antes de você enviar e depois disso tudo, será feito um orçamento e só depois de autorizado, será realizado o concerto. É tudo tão cansativo que muita gente acaba desistindo no meio do caminho e deixando os aspiradores em casas que concertam outros eletrônicos, como foi meu caso com aquele cujo endereço de e-mail não foi atualizado. E, para minha surpresa, meu robô não era o único que havia sido deixado ali para uma tentativa grosseira de concerto.
Essa realmente foi a parte do robô que me desencantou. Então, se você pretende adquiri-lo, e, de fato, é sensacional o que ele faz dentro da casa da gente, guarde todas as notas e manuais que receber, não ponha fora a caixa e verifique os pontos da casa onde seu aparelho pode estar fazendo muita força para trabalhar.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação. Escreve semanalmente em revistadonna.com.