A suposta aparição da misteriosa boneca Momo em vídeos infantis retomou debates sobre a segurança de crianças e adolescentes na internet. A psicoterapeuta Luiza Mendonça lista algumas recomendações para que os filhos estejam mais seguros – e os pais também:
Mantenha um diálogo aberto
Uma relação de diálogo aberta, com transparência, é sempre o mais indicado para que as crianças se sintam ouvidas, acolhidas e confiantes em seus pais. Procure saber quais são os youtubers que seu filho mais curte, além de hobbies, gostos musicais e quais séries e programas ele gosta de assistir. É muito importante que os pais também se conectem. Portanto, esteja nas mesmas redes sociais que seus filhos e separe um tempinho do seu dia para acessar a internet junto com as crianças.
Estipule limites de horário
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda também limitar o uso das telas, em especial de smartphones e tablets. O ideal seria limitar o tempo de exposição às mídias ao máximo de 1 hora por dia para crianças entre dois a cinco anos de idade e no máximo 5 horas por dia dos seis aos 14 anos. Para os adolescentes, é preciso ficar de olho e não deixá-los isolados nos seus quartos ou permitir que são a primeira referência dentro de casa: de pouco adianta restringir o uso dos eletrônicos se as crianças veem adultos nos celulares o dia todo.
Use a tecnologia a seu favor
Para auxiliar os pais a organizarem melhor a rotina digital dos filhos uma alternativa é apostar em apps de controle parental. Um exemplo é o AppGuardian, que permite que os pais bloqueiem o acesso dos filhos a alguns aplicativos e sites. Com a tecnologia também é possível ter acesso a um relatório informando quanto tempo que a criança passou no Youtube e demais redes sociais. Outra ferramenta que ajuda bastante é o “Tempo de Tela”, que permite aos responsáveis determinarem (antecipadamente) quanto tempo querem que os filhos fiquem conectados ao longo da semana - de forma personalizada.
Fique atenta aos sinais
Mudanças repentinas de comportamento, sentir sono durante as aulas, queda no rendimento escolar, isolamento sem explicação, dificuldade de se comunicar e agressividade são sinais apontados por especialistas para indicar que algo pode estar errado com os filhos, sejam eles crianças ou adolescentes.
Uma lista elaborada pelo Programa de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas de São Paulo mostra oito indicativos de uma possível dependência de internet. Caso haja qualquer dúvida a respeito, é importante consultar um especialista.
1. Pensar o tempo todo em estar conectado
2. Querer aumentar sempre o tempo conectado para sentir alegria, satisfação ou prazer
3. Tentar parar de usar a internet e não conseguir
4. Sentir irritação, raiva, ansiedade e sinais de depressão durante o tempo que não pode usar a internet
5. Mudar o humor ou comportamento quando entra em contato com a internet
6. Perder a noção do tempo em que fica conectado e não conseguir sair
7. Isolar-se, ter dificuldade de se relacionar pessoalmente pelo uso excessivo da internet
8. Mentir para as pessoas sobre o tempo que fica conectado
Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.