Andressa Bortolini
Com certeza você já ouviu o ditado popular: "Avós são pais com açúcar". Cabe a eles, que já criaram seus filhos, curtir os momentos com os netos com mais leveza.
Nesta quarta, 26 de julho, é celebrado o Dia dos Avós. Por isso, listamos alguns tipos de vovós (e vovôs também) e suas principais características. Para isso, contei com a ajuda das mamães do Grupo de Mães de Donna, no Facebook. Veja os depoimentos:
As que curtem trabalhos manuais
São as "prendadas": costuram, pintam, bordam. Estão sempre inventando moda, literalmente, para agradar aos netos. Muitas vezes, são de autoria delas a fantasia das crianças no carnaval, a roupa para usar na festa junina ou a decoração da festa de aniversário.
“ Sou a primeira neta menina e minha avó é artista plástica, apaixonada pela natureza. Já passou por diferentes dificuldades, mas me ensinou principalmente o que é resiliência na vida e empatia pelo mundo. Eu e todos que a cercam aprendem a ser uma pessoa melhor todos os dias através dela. Herdei dela o amor pelas artes, pelas cores e pela criação, que é e minha profissão, e também minha paixão pelas obras da mãe natureza. Além de ser aquela pessoa que une toda a família, que mima, que está sempre lá, a minha avó também é uma grande inspiração”.
Faheana Thonnigs
As mais tradicionais
Essas são aqueles avós à moda antiga. Gostam de estar com a família, levar para passear, comprar presentes e rolar no tapete da sala.
“Sabe avó que é uma segunda mãe? Essa é a minha! Dona Alice está sempre presente. Educa e participa do dia a dia. No domingo, que é o dia que ela sai com amigas, os netinhos (Eric de 5 anos e Jonas de 2) já dizem estar com saudades. Ela deixa qualquer atividade para virar criança com eles: vale até encarar o pula-pula. E ela ama! Um médico uma vez não acreditou em como ela estava bem quando estava com pneumonia. E o que ela disse? "Meus netos que me dão força! Melhor remédio do que estar com eles, não existe!".
Graciela Heemann Dietze
As chefs
Esses são os avós que ficam para sempre na nossa memória especialmente pelas delícias que prepararam. Quem não lembra do feijão caseiro ou do bolo de cenoura feito pela vovó?
“ Minha mãe se destaca muito na culinária. A neta mais velha, a Júlia, chegou de Portugal e veio para Santa Maria só para matar a saudade da lasanha verde da vó Ianara. Ela reúne sempre os filhos e netos nas segundas-feiras para o tradicional feijão da Iaiá. É uma forma de começarmos a semana com energia e bem alimentados".
Kellen Caldas
A que é vó e vô
Esse é o formato de muitas famílias. Mãe e filha que contam apenas uma com a outra para cuidar das crianças. E a avó acaba suprindo a ausência de outros integrantes da família, se desdobrando em muitas para ajudar.
“Minha mãe é a melhor avó que meu filho poderia ter. A relação deles é linda. Além de ajudar a cuidar, ela me ajuda a educar também. Quando voltei a trabalhar fora, ela passou a cuidar do meu filho para mim, levava e buscava na escola, cuidava da alimentação, cuidou dele doentinho e também sempre esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis. Sem essa vovó, nem sei o que seria da gente!"
Fabiane Cid
As que mesmo distantes, estão perto
Mesmo com os quilômetros que as separam dos filhos e netos, elas sempre dão um jeito de estarem presentes. Seja visitando com frequência ou mantendo contato via telefone e redes sociais.
“ Tenho dois filhos com 11 meses de diferença e moramos em Balneário Camboriú/SC. Minha mãe mora em Porto Alegre e é uma avó que ainda trabalha, está na ativa, mas que consegue se fazer presente na vida deles. Ainda temos a honra de ter a bisa (minha avó), que com 86 anos, é uma mulher a mil. E ela também mora longe, em Pelotas, mas nos visita só para brincar com eles. E nesta mistura de cidades e estados, ainda tem mais a minha irmã, que mora em Barcelona e tem uma filha, de 1 ano e 8 meses. Minha mãe e avó foram ajudar quando ela nasceu, e em janeiro tivemos o privilégio de reunir todo mundo”.
Marina Franck
As brincalhonas
Elas inventam mil e uma brincadeiras para alegrar os netinhos. E nessa diversão vale tudo, inclusive fazer barraca de almofadas e cavalinho com o vovô.
“Por aqui as gêmeas tem avós muito participativos e que me ajudam muito na rotina. Tem a vovó que faz todas vontades culinárias - mesmo que seja servir doce de leite com tomate cereja, faz tricô e patchwork, e que aos poucos está ensinando elas a usar a máquina de costura. Tem a vovó que busca uma vez por semana na escola, deixa colocarem a casa dela abaixo, faz longas viagens junto. Tem o vovô que faz dormir, que ensina a dançar a “sofrência”, faz caminhadas na praia, que leva para o ballet quando não consigo. Tem o vovô que arma barraca de camping na sala quando elas vão dormir lá, que transforma a sala de estar num circuito com muitas almofadas, que inventa brincadeiras malucas e bem agitadas, e participa até das aulas de inglês na escola”. Só que além disso, elas têm também uma “vódrasta” e um “vôdrasto” e eles são ótimos! Fazem comidinhas, inventam banhos de banheira, levam para o sítio, para a praia, a piscina... até Reiki fazem quando as coisas andam agitadas por aqui. As meninas são realmente abençoadas por terem tão presentes todos eles nas suas vidas.”
As permissivas
Na casa desses avós pode tudo aquilo que é proibido em casa. Comer “porcarias”, riscar as paredes e até dormir mais tarde (e até mais tarde). A desculpa é que bens materiais é possível comprar novamente, mas esses momentos em família não se repetem mais.
“Os meus pais são avós mega envolvidos, não aguentam ficar mais de 3 dias longe dos netos. Minha mãe não encera mais o piso da casa desde que o meu filho aprendeu a andar para ele não escorregar. Meu pai com 80 anos, nunca sabe onde estão as chaves e documentos, mas lembra de carregar a parafuseira na noite anterior a visita do neto, porque o guri ama as ferramentas do vô. Na casa dos meus pais pode tudo, desde colar adesivos nas paredes até jogar bola na sala”.
Marina Irrilo
Não medem esforços
Muitas vezes elas abrem mão de suas próprias atividades diárias para estarem perto. E não são só as vovós! Eles também estão nessa.
“Meu pai viaja todas as terças, de ônibus, de Sapiranga a Lajeado para passar três dias em minha casa me ajudando a cuidar do meu bebê de 2 anos. Meu marido passa a semana em Porto Alegre e meu pai me ajuda inclusive nas madrugadas. Se o Bernardo fica doente e não pode ir à escola é com vovô que ele fica. O vovô troca fralda, dá remédio, joga bola. É puro amor!
Morgana Hattge
As que ainda estão na ativa
Incansáveis, não se utilizam do “título” de avós para pendurar as chuteiras. Dividem seu tempo entre os netos, o lazer e o trabalho.
“Minha mãe não faz muito o estilo avó tradicional. Não costura, não faz bolo. Na verdade ela nem cozinha. Aos 82 anos, ainda trabalha e divide seu tempo entre a advocacia e a lida na pecuária em suas terras em Dom Pedrito. É um exemplo de vitalidade, alegria e vontade de viver para toda a família. Também tem um “namorido”, como ela mesma diz, faz aula de informática e no mês passado, ao receber uma partitura de uma amiga que compôs uma valsa para ela, percebeu que precisava voltar a estudar piano. Adora viajar, passear e transmitir vivências aos meus filhos.”
Márcia Munhoz
As conectadas
Estão à frente do seu tempo, como costumam dizer. Sem essa de ficar em casa jogando xadrez ou fazendo crochê, elas gostam mesmo é de estar conectadas em suas redes sociais – para o desespero dos netos.
“A minha avó, dona Nelly é uma avó em dobro. Bisa da minha filha está hoje com 95 anos, ou seja, são 90 anos de diferença entre as duas. É uma vida antenada, não pode passear então acessa o Google Street View e passeia pelas ruas de sua saudosa Pelotas. Adora filmes de terror, massacre da serra elétrica está entre os favoritos. Todos os dias toma seu aperitivo, faz palavras cruzadas e é fã do BBB. A cada edição ela faz um diário onde anota tudo o que acontece no programa.
Priscila Gauto
Nota da autora: Claro que eu não poderia deixar de homenagear as avós do meu filho, Theo: A vovó Elisa e a vovó Lu, duas pessoas totalmente diferentes, mas que fazem a diferença na vida do meu pequeno. Vovós, nós amamos vocês!!!!
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Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.