Cerca de 14 anos depois da sua morte, o cantor Michael Jackson pode virar réu em razão de uma acusação de abuso sexual. Conforme o portal TMZ, o coreógrafo Wade Robson afirma que o astro pop o teria molestado quando ele tinha entre sete e 14 anos, no Rancho Neverland, em Los Olivos, na Califórnia, Estados Unidos.
O caso foi apresentado no Tribunal de Apelações do Estado norte-americano, de acordo com o portal, contra a MJJ Productions, que pertencia ao artista. A alegação de Robson é a de que a empresa teria facilitado o abuso, em ação que havia sido arquivada em abril de 2021.
Trata-se de um processo que o dançarino movia desde 2013 contra essa e outra empresa de Michael Jackson, a MJJ Ventures. Na ápoca, o juiz apontou, em sua decisão, que as mencionadas não tinham opção que não fosse acatar às decisões do artista. E ainda reforçou que não existiriam provas da acusação de facilitação para o crime.
As acusações já haviam sido rejeitadas em 2017 e o caso foi reaberto em 2020, após mudança na legislação da Califórnia, estendendo o período para denúncias de agressão sexual, de 26 para 40 anos. Logo após a derrota, o advogado de Robson anunciou que recorreria.
"A decisão estabeleceria um precedente perigoso que deixaria milhares de crianças que trabalham na indústria do entretenimento vulneráveis a abusos sexuais por pessoas em posições de poder", declarou, na época, em nota.
Documentário
Em 2019, o caso de Robson foi contado em um documentário intitulado Leaving Neverland, do diretor Dan Reed, e transmitido pela HBO nos Estados Unidos. Na produção, ele e o ator James Safechuck afirmam ter sido abusados sexualmente por Michael Jackson quando eram crianças e contam detalhes sobre sua relação com o cantor.
Uma das sequências mais chocantes do filme é quando James relembra em quais cômodos de Neverland teriam ocorrido as agressões, como no quarto do músico, que tinha um sistema de alarme que avisava caso alguém chegasse perto.
Em uma cena, James mostra um anel de ouro com diamantes. A joia teria sido um presente do artista para que o então menor usasse em uma "cerimônia de casamento" de brincadeira entre os dois.
Os defensores de Jackson apontam que tanto Safechuck quanto Robson disseram às autoridades no passado que não foram molestados pelo cantor. E acrescentam que Robson o defendeu durante seu julgamento.