Alessandra Negrini está de volta ao horário nobre da TV Globo após 15 anos. A atriz explicou, em entrevista o jornal O Globo publicada neste domingo (25), que uma das razões para voltar à faixa mais prestigiada das novelas foi seu entusiasmo para trabalhar com o diretor Mauro Mendonça Filho, sob o texto de Gloria Perez, em Travessia, prevista para estrear no dia 10 de outubro. Na trama, vive Guida, uma mulher que se apaixona pelo ex-namorado da irmã. Não é uma vilã, nem mocinha, mas uma personagem "verdadeira", diz Alessandra.
Na conversa com o jornal, a artista também falou sobre questões pessoais, como ser considerada uma mulher muito sexy.
— Hoje eu me sinto mais livre para exercer isso do que antigamente. Antes tinha medo, agora eu estou c*gando. Cansei. Minha linha de raciocínio sobre fazer ou não fazer, ser ou não ser, é aquilo que me faz estar dentro de mim mesma, do meu corpo. A medida do prazer. Tá gostoso? Tá prazeroso? Então, é isso que farei. Às vezes, não me sinto confortável com o meu corpo, aí quero ficar em casa de pijamão. Aí meu prazer estará em ver uma série na TV.
Aos 52 anos, Alessandra também comentou sobre muitas pessoas gostarem de repetir que ela aparenta ser mais jovem.
— Isso enche o saco. É o mesmo assunto a vida toda. Agradeço, as pessoas estão tentando ser gentis, mas enche o saco. A pessoa não têm que parecer ter menos idade, cada um faz o que quiser. Procuro me sentir bem, tento ter esse compromisso comigo. Isso é interessante para viver a vida no máximo da sua capacidade. A forma como me coloco, quem eu sou, já é claramente antietarista. Não tenho vergonha de dançar, me divertir, fazer pose. Vejo mulheres, e até alguns homens, dizendo que são velhos para sair para dançar, por exemplo, e acho isso um pensamento tão careta. O Brasil é muito infantilizado, é como se o mundo só fosse feito para pessoas até 30 anos. É uma loucura. É uma luta para sermos mais adultos, é mais gostoso até do que ser adolescente — opinou.
Ao ser questionada se o sexo melhorou com a idade, destacou o autoconhecimento.
— Eu sempre fui sexualmente feliz. Se bem que, depois dos 30, você é sexualmente mais feliz, vai entendendo melhor o seu corpo. Sexo é muito recompensador, é algo que faz você se reconectar com a vida na terra e a vida no céu, é uma ponte. Está aí, as pessoas devem cultivar o sexo.
Por fim, detalhou em quais ocasiões foi afetada pelo machismo.
— Inúmeras vezes. Até hoje, ganhamos menos do que os homens. Lutei pela minha vida, sempre fui independente. Mas, até assim, a gente tem vergonha de ser independente. Vem a dúvida: "Puxa, será que não sou independente demais?". Aí vem aquele papo de "nenhum homem dá conta". Ah, vá tomar banho! Foda-se que se assustam, quero nem saber. O homem brasileiro também não é fácil, a sociedade é muito machista.