Prestes a completar 51 anos, no próximo domingo (29), a atriz Alessandra Negrini voltou a falar sobre como lida com os estereótipos ligados à idade. Em um bate-papo para o podcast Novela das 9, a artista falou sobre como o chamado etarismo impacta, sobretudo, as mulheres:
— É uma pressão em cima das mulheres, não há dúvida. O mundo mudou, 50 anos não é mais uma idade... é o que era antigamente os 30, sei lá! — disse. — A vida adulta é legal. Eu comecei a achar que sou adulta ultimamente. Eu falei: ‘Ah, estou ficando adulta’. E é legal, sabe? (...) Claro, tem coisas piores, você tem que passar mais tempo cuidando, pensando... Ficar mais velho requer mais inteligência. Ou você fica responsável por você mesma nas suas escolhas ou vai perder mais tempo. Você tem que pensar sobre você. Mas tem muitas vantagens.
Alessandra acredita que o preconceito com a idade seja ainda mais forte no Brasil por uma questão cultural:
— O Brasil tem que mudar um pouco, tem que deixar de ser infantiloide. Eu lembro que fui para a Espanha e me surpreendi... Lá, você sai para dançar. Porque eu sou moleca também, né? Eu sempre fui uma pessoa de gostar da animação, de show... Vou em show de rock até hoje! — diz a atriz. — Por que eu não posso ser assim? Por que as pessoas têm que encaretar quando ficam mais velhas? É uma coisa cultural do Brasil, estúpida. Acham que só jovem é feito para aproveitar a vida. Isso é burrice, né? Mas acho que o Brasil vai começar a mudar isso — finalizou.
Em junho deste ano, a atriz falou à Donna sobre a chegada aos 50 e revelou se sentir mais feliz do que era antes.
— Me sinto mais em paz com as coisas, comigo mesma. Consigo reconhecer melhor a mim mesma, o que é importante. Quando se é mais jovem, você vive, mas não se reconhece. Você não se afirma muito. Quando fica mais velha, começa a se tornar mais forte, a ter mais poder consigo mesma. Aumenta mais a responsabilidade com você. Sente-se mais responsável pelas suas escolhas, pois você já não tem mais a vida inteira pela frente. Tudo ganha uma importância maior. Você pensa: “Não vou perder o meu tempo com isso, pois não me interessa”. São escolhas responsáveis em relação a si própria.