Correção: a prisão do humorista foi decretada pela Justiça, não pela polícia como informou o título desta publicação entre as 14h53min e as 18h14min desta sexta-feira (11).
O humorista Carlos Alberto da Silva, 42 anos, conhecido no meio artístico como Carlinhos Mendigo, é considerado foragido. Com prisão temporária decretada, ele não foi localizado pelas polícias civis de São Paulo e da Bahia. O artista foi condenado por dever mais de R$ 90 mil em pensão alimentícia para o filho de 11 anos que teve com a empresária e ex-dançarina Aline Hauck, 31.
A juíza Luciana Simon de Paula Leite, da 5ª Vara da Família e Sucessões do Foro Regional 1 de Santana, na zona norte da capital paulista, decretou no dia 3 de fevereiro a prisão temporária do comediante. De acordo com o mandado, a dívida se refere ao período de 2017 a 2019. Ele também responde a outros processos judiciais pelo não pagamento da pensão em outros anos.
Em fevereiro de 2021, o valor total devido pelo comediante era de R$ 91.882 , mas esse montante deverá ser atualizado e corrigido devido à inflação.
Após o mandado ter sido expedido, a Divisão de Capturas de São Paulo foi até a residência onde Carlos morava, na região do Morumbi. No entanto, quando os policiais chegaram ao local, o imóvel estava vazio. As autoridades receberam informações de que o humorista teria se mudado para a Bahia. Com isso, foi acionada também a polícia baiana para a realização das buscas.
De acordo com a Justiça, ele deve ficar em prisão temporária por 30 dias.
Problemas na Justiça
No mandado expedido em 3 de fevereiro deste ano, há informações de que a Justiça já havia decretado a prisão de Carlos em 2018. Nessa época ele ficou foragido na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Quando o comediante foi localizado, ele conseguiu recorrer e acabou não sendo preso.
Em 2021, o artista se envolveu em outro problema judicial, quando se tornou réu pelo crime de homofobia em um processo no qual foi acusado de incitação ao preconceito a homossexuais por meio das redes sociais. O caso é referente a postagens realizadas por Carlos em 2020 em que ele ironizava a participação do vereador Thammy Miranda, homem transexual, em uma campanha publicitária.
"Prefiro ser órfão do que ser adotado por uma mulher operada que se passa por homem para ter o privilégio de adotar uma criança. Prefiro ser também órfão do que ser criado por homem operado se passando também por mulher para querer ser mãe", diz um trecho da publicação do comediante.
Carlos ainda falou que seria uma "afronta" que Thammy pudesse ser pai e ele não. Nesse período, o humorista enfrentava uma briga judicial pela guarda do filho.
Durante o interrogatório, o artista alegou que estava exercendo sua liberdade de opinião, com base nos ensinamentos cristãos e que não teve a intenção de ofender as pessoas LGBTQ. Depois de ouvi-lo, a polícia pediu informações ao Facebook e Twitter sobre a origem das mensagens e buscou confirmar se o conteúdo havia sido publicado pelo humorista. Como na época ele morava em Salvador, a Justiça de São Paulo ficou de decidir se encaminhará o processo para lá.