Desde setembro, o jornal britânico The Guardian entrou com um processo judicial contra os advogados da rainha Elizabeth II para que o testamento do príncipe Philip se torne público. De acordo com o veículo de comunicação, a decisão do tribunal superior de proibir a imprensa deve ser reavaliada porque desrespeita o "princípio de justiça aberta".
O testamento do príncipe Philip, falecido no dia dia 9 de abril deste ano, aos 99 anos, continua repercutindo na imprensa local e internacional. Em setembro, o presidente da divisão familiar do tribunal superior britânico determinou que o documento fosse mantido em sigilo pelo período de 90 anos. A audiência se deu sem que os veículos de comunicação fossem informados ou convidados a comparecerem. Somente os representantes da rainha Elizabeth II e do príncipe Philip e o procurador-geral Michael Ellis puderam comparecer à audiência.
De acordo com o veículo britânico, ambas as partes persuadiram o juiz a excluir a mídia da audiência. O juiz responsável pelo caso alegou que Michael Ellis já representava o interesse público, sendo desnecessária a presença da imprensa.
No último domingo (21), The Guardian se manifestou sobre a audiência e alegou que a presença do procurador-geral não representava o interesse público.
Até o momento, poucas informações sobre o testamento do príncipe Philip foram vazadas. De acordo com o jornal The Sun, o monarca determinou a divisão de R$ 225 milhões, sendo que parte deste valor será dividido entre três antigos funcionários, o que é raro de acontecer.
"Ele foi generoso com os três homens que cuidaram dele. Isso inclui seu secretário particular, o brigadeiro Archie Miller Bakewell, seu pajem, William Henderson, e o criado pessoal, Stephen Niedojadlo", publicou o jornal.
Ainda segundo o The Sun, a herança de Philip foi compartilhada com os oito netos - Beatrice, Eugenie, Harry, Jaime, Louise Windsor, Peter Phillips, William e Zara Tindall. Na época, foi especulado que Harry pudesse ser punido e ser deixado de fora da divisão dos bens por ter abdicado de fazer parte da família real, mas isso não ocorreu.
O que diz a lei britânica
Segundo a lei britânica, quando uma pessoa morre as informações sobre o testamento devem ser públicas. Isso ocorre para garantir que a vontade do falecido seja cumprida e para evitar fraudes. No entanto, essa regra não se aplica à família real.
A primeira pessoa da família real que solicitou o recurso foi a rainha Elizabeth Bowes-Lyon, mãe de Elizabeth II e esposa do rei George VI. A monarca pediu sigilo para o testamento do irmão, o príncipe Francis of Teck. Na época, surgiram boatos de que o príncipe teria deixado joias para uma suposta amante.
Os veículos de comunicação já tentaram entrar com processos para a liberação da divulgação do testamento da rainha Elizabeth Bows-Lyon e da princesa Margareth, irmã de Elizabeth II, mas não conseguiram vencer a disputa judicial.