Bárbara Paz revelou que se identifica como uma pessoa não binária, ou seja, que não se identifica totalmente com o gênero masculino nem com o feminino, em conversa com o ator Paulo Azevedo no podcast Almasculina, em episódio divulgado neste mês. Bárbara afirmou se entender como um indivíduo inquieto e plural em diversos sentidos.
— Descobri que sou não binária há pouco tempo. Um amigo meu falou que eu era, e eu acreditei, entendi — comentou.
No bate-papo, analisou que a pluralidade é importante tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.
— A imaginação precisa estar trabalhando o tempo todo. Então, não sei bem quem eu sou. Se tiver alguma referência para me dizer quem eu sou, ainda estou em busca. Sou muitas coisas. Sou muitos, muitas. É difícil dizer quem você é para se apresentar — refletiu.
Bárbara então explicou que começou a pensar sobre o assunto na pandemia, momento em que aproveitou para obter maior autoconhecimento.
— Muitos homens habitam dentro de mim. Quando ouvi esse discurso do não binário, do transgênero, pensei: "Será que, se tivesse escutado isso com 12 ou 13 anos, teria achado que eu era pelo fato de sentir isso?". E não estou falando de sexualidade, mas de sensação— disse ela. — Às vezes me olhava no espelho e me sentia um garoto. Me olho no espelho hoje e sou uma mulher com peito, bunda, curvas. Gosto de ser menino e de ser menina. Pode? Hoje pode! Cada vez mais a gente consegue respirar e ser a gente. Gosto de pessoas. Até agora, me apaixonei por homens, mas gosto de pessoas.
Por fim, Bárbara ainda recordou que a sexualidade não era um tema debatido na sua família.
— Não tive a cultura dentro de casa de perguntar sobre sexualidade. Tudo o que aprendi foi lendo em revistas. Não se falava disso. Se falavam, não me lembro, porque eu nunca me questionei muito. Se é homem ou mulher, do que você gosta. Para mim, você gosta de pessoas.