A atriz Camila Pitanga, de 43 anos, falou sobre como se sentiu mais à vontade com sua sexualidade com o passar dos anos em participação no podcast Calcinha Larga, comandado pela roteirista Camila Fremder, pela cronista Tati Bernardi e pela atriz Helen Ramos, publicado nesta quarta-feira (7).
— Cada pessoa tem uma trajetória. No meu caso, acho que me senti mais dona da minha sexualidade aos 40. Da metade dos 30 para os 40 que compreendi que tinha mais possibilidades de me realizar, ter mais liberdade com o meu corpo, de também procurar referências, leituras, cursos e parceiros que me ajudassem a me desenvolver — refletiu ela.
Camila também criticou o sexo visto apenas em prol do prazer masculino.
— A gente tem uma tradição falocêntrica, da erotização através da pornografia, que valoriza muito a performance e que tem o tempo do gozo do homem. Ela não valoriza esses múltiplos gozos com tempo de exploração. É bom até mesmo não ter gozos, mas descobrir camadas de prazer mais profundas, com calma — opinou.
No bate-papo, a atriz ainda explicou quais são seus critérios para se relacionar com alguém.
— Tesão é química. Não é projeto racional. Tesão é cheiro, é contato, olho no olho, pele... Sabe? Eu tenho dificuldade de delimitar. Para mim, o critério básico é a pessoa ser ética, me respeitar, e eu ser livre no meu movimento, no meu corpo, na maneira de pensar. Aí acho que é muito empobrecedor quando coloca critérios assim: "Ah, tem que ser bem-sucedido, tem que ter o corpo X, o corpo Y". Acho isso limitação do ser. O critério é uma questão ética, existencial, e pele, cheiro... E isso a gente pode mudar ao longo do tempo — afirmou.
Por fim, Camila, que namora a artesã Beatriz Coelho, contou que é amiga de todos os ex-namorados.
— Tenho a sorte, o privilégio, de ter tido homens muito maravilhosos. Sou amiga de todos os meus ex. E não sei dizer se os homens são mais medrosos do que as mulheres. Até porque esse é o meu primeiro relacionamento com uma mulher — apontou.