A atriz Sharon Stone criticou o machismo da indústria do entretenimento durante entrevista à revista Town & Country publicada nesta quarta-feira (16). Na conversa, relembrou um episódio específico de assédio sexual por parte de um diretor com o qual trabalhou.
— Ele pedia para eu sentar no colo dele para receber instruções sobre a cena. E quando eu dizia que não sentaria, ele me mandava de volta para o trailer. E é assim que as coisas eram — disse ela.
O nome do diretor não foi divulgado pela publicação. Para a revista, no entanto, ele negou as acusações. A artista também disse que ser mulher a impediu de ganhar um cachê maior.
— Quando eu era um fenômeno global e queria ganhar US$ 2 milhões (por filme), era como se eu estivesse pedindo a Lua a eles, como se eu tivesse perdido toda a razão — relatou.
Na mesma conversa, Sharon refletiu sobre o fato de ser um símbolo sexual desde os anos 1980, quando começou a carreira.
— As pessoas ainda querem ver os meus seios. Tenho 62 anos! Tipo, é sério? Cresçam — exclamou. — Quer dizer, nunca pensei que fosse tão sexy. Quando fiz Instinto Selvagem, explorei meu lado obscuro e fiz amizade com ele. Não tenho medo de mim mesma. Acho que as pessoas acham isso sexy.
Ela também avaliou que é difícil deixar de ser vista dessa forma, mesmo desempenhando papéis mais sérios.
— É difícil, porque todo mundo espera que você seja assim o tempo todo. Foi muito difícil para Marilyn Monroe. Ela fez filmes que realmente importaram, como Bus Stop, The Misfits, mas mesmo assim não conseguiu deixar de ser aquela coisa. É muito difícil de mudar — refletiu.
Mesmo sendo admirada por seu corpo, Sharon também teve que lidar com as inseguranças sobre sua aparência. Ela afirmou que não gostava do formato de seu bumbum, nem das linhas de expressão no rosto. Mas isso mudou em 2001, quando sofreu um AVC.
— Eu fui tão abençoada por continuar viva. E depois eu fui igualmente, se não mais, abençoada por conseguir aprender a contornar as sequelas no meu cérebro — concluiu.