O ex-produtor de cinema Harvey Weinstein, 67 anos, não irá depor em sua própria defesa no julgamento no qual responde por crimes sexuais. A informação foi divulgada por seus advogados na terça-feira (11), ao darem o caso por encerrado. Com isso, está finalizada a fase de declarações. Na quinta-feira (13), iniciam-se as alegações finais e deliberações.
Seis mulheres testemunharam a pedido da acusação durante o julgamento que iniciou em 22 de janeiro em Nova York. Embora Weinstein tenha sido acusado de assédio, estupro e agressão sexual por mais de 80 mulheres desde outubro de 2017, ele está sendo julgado apenas por dois supostos casos: contra sua ex-assistente de produção Mimi Haleyi, em 2006, e a atriz Jessica Mann, em 2013. Os demais prescreveram.
Desde então, novas denúncias surgiram e deram início ao movimento #MeToo contra assédio e agressão sexual em Hollywood. O caso de Weinstein começou a ser julgado dois anos depois do surgimento do escândalo que o incriminou e derrubou outras dezenas de homens poderosos acusados do mesmo crime.
Pai de cinco filhos e divorciado duas vezes, Weinstein pode ser condenado a uma pena máxima de prisão perpétua.
O que as testemunhas disseram
As duas mulheres admitiram perante a Corte ter tido ao menos um encontro sexual consentido com o produtor. Jessica Mann, hoje com 34 anos, revelou ter mantido uma relação íntima com ele após a suposta agressão.
Os advogados de Weinstein chamaram sete testemunhas, incluindo Talita Maia, amiga de Mann, que disse que a atriz considerava o produtor sua "alma gêmea espiritual" e que ela nunca havia lhe dito que ele teria a agredido.
A defesa afirma que todas as relações sexuais mantidas pelo produtor foram consentidas e que as mulheres aceitaram passar por isso com a esperança de que o magnata hollywoodiano fizesse suas carreiras decolarem.
Ainda que a psiquiatra Barbara Ziv, citada pela acusação, tenha declarado que vítimas de agressão sexual muitas vezes mantêm contato com seu agressor, os 12 membros do júri podem ter dificuldades para determinar se Weinstein é mesmo culpado.
A advogada Donna Rotunno, que deve apresentar as alegações finais na quinta-feira (13), deu a entender que teriam sido elas que teriam manipulado o produtor ao enviar mensagens de amor em troca de favores.
* AFP