Martha Medeiros
Me sento em frente ao computador e olho para a tela em branco. Estou decidida a escrever algo a respeito do Dia dos Namorados, mas o quê? A clássica angústia dos colunistas. Antes que me venha a primeira palavra, aquela que puxa as demais, meu celular toca. É o Pedro. Ele está a 500 quilômetros, trabalhando numa cidade perto da fronteira com a Argentina, retornará daqui a dois dias. São três da tarde e ele ligou apenas para mandar um beijo, dizer que está com saudades. Essas coisas que acontecem entre... pois é, entre namorados. Ele tem 62 anos. Eu quase 60.
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