Essencial em praticamente todas as culinárias do mundo, desde a alta gastronomia até a cozinha de casa, o azeite de oliva está presente na civilização há mais de 6 mil anos. Mas foi somente no século XV que chegou na América, com a vinda dos espanhóis e das caravelas.
No Brasil, o consumo e o cultivo de azeitonas têm crescido consideravelmente nos últimos anos, principalmente no Rio Grande do Sul. Com cada vez mais variedades e estilos disponíveis no mercado, o público também tem buscado conhecer mais sobre o “suco da azeitona”.
Aqui no Estado, a olivicultura está em plena expansão no. Hoje, há 39 municípios gaúchos que fazem parte da Rota das Oliveiras, criada pela Secretaria de Agricultura do RS. De acordo com o Instituto Brasileiro de Olivicultura, o Rio Grande do Sul é o maior produtor do país, com quase 7 mil hectares plantados, e concentra cerca de 75% da produção nacional de azeites de oliva extravirgem.
Apesar da estiagem nos últimos meses, o Ibraoliva espera que a safra de 2022 se iguale à do ano passado, que registrou 202 mil litros de azeite. Segundo a sommerlier e sócia-proprietária do Empório do Azeite, loja de Gramado, Chania Szewczyk Chagas, apesar de não termos as mesmas condições climáticas do que a região do Mediterrâneo, as oliveiras se adaptaram muito bem ao solo gaúcho, que é extremamente rico em nutrientes. Com a produção do Estado em constante crescimento, só temos a ganhar.
— Ao consumirmos o azeite de oliva daqui, temos a certeza de que, assim que produzido, foi direto para a nossa mesa. Não passou por navios e longas viagens de caminhão que podem interferir na qualidade. É um azeite extremamente fresco — ressalta a sommelier.
PRINCIPAIS OLIVAS DO RS
- Arbequina: variedade espanhola com sabor suave. Se adaptou muito bem ao solo gaúcho e é uma das mais produzidas no Estado por render muito azeite. Usada também para equilibrar blends feitos com outras olivas mais intensas.
- Koroneiki: variedade grega que se destaca pela produção de um azeite mais intenso. Garante um produto muito fresco, que, no aroma, lembra grama recém-cortada. No paladar, tem um certo amargor. É um azeite mais estável e mantém aromas e sabores por mais tempo.
- Arbosana: variedade espanhola, picante e levemente amarga. Tem um caráter médio frutado, com notas bem distinguidas de tomates maduros.
- Picual: variedade espanhola que produz azeites complexos, com frutado intenso. Os produtos são bastante estáveis, pois aguentam altas temperaturas por mais tempo.
- Coratina: variedade italiana, de sabor intenso, amargo e picante. Tem um alto nível de polifenóis, é muito benéfica para a saúde.
- Frantoio: variedade italiana, bastante equilibrada, com leve amargor e picância. Indicada para harmonizar com carboidratos.