Posicionamentos de empresas e de chefs também influenciam em debates sobre gastronomia
PH ALCALINO
Duas grandes marcas de água mineral estão brigando na justiça há meses porque uma delas utilizava a expressão "pH alcalino" no rótulo do seu produto. Em 2018, a justiça de São Paulo proibiu a empresa acusada de usar a expressão em suas propagandas após a concorrente entrar com uma ação alegando que o uso do termo configurava publicidade enganosa e poderia levar o consumidor a crer que o pH da água traz algum benefício à saúde. No entanto, a marca acusada recorreu e ganhou a ação argumentando que há estudos científicos que embasam o uso da expressão, e que por isso não é propaganda enganosa. Falamos sobre sobre isso no Foodcast.
Episódio: #25
ULTRAPROCESSADOS
Quando esteve na Casa Destemperados, no ano passado, Rita Lobo compartilhou a sua luta contra os ultraprocessados e como o marketing alimentício fez com que a gente acreditasse que essa era a melhor forma de nos alimentarmos. "Para uma geração jovem, a relação é com as marcas, e o sistema alimentar privilegia os ultraprocessados, essa indústria diz que cozinhar é perda de tempo e que você pode só aquecer no micro-ondas ou jogar a água que está pronto. Essa indústria vai estragando a nossa relação com a comida", afirmou Rita.
Episódio: #16
INSTITUTO DE PESQUISA
Três grandes nomes da indústria alimentícia, entre elas uma importante rede de fast-food, estão na lista de financiadores do International Life Sciences Institute (ILSI), instituto que, segundo uma reportagem do New York Times, é sustentado “por um grupo industrial obscuro que molda a política alimentar em todo o mundo”. A reportagem diz que elas estariam entre as 400 empresas que bancam viagens de pesquisadores e especialistas em saúde pelo mundo todo para participar de congressos de nutrição. No Brasil, os representantes do ILSI ocupam assentos em comissões sobre comida e nutrição que antes eram reservados para pesquisadores de universidades.
Episódio: #29
PROCEDÊNCIA
O creme de avelã mais conhecido do mundo gerou muita polêmica recentemente devido a procedência de dois ingredientes utilizados na produção. Segundo uma reportagem do New York Times, as avelãs utilizadas vêm de fazendas turcas que contam com trabalho escravo de refugiados sírios. O outro item é o óleo de palma que, de acordo com o jornal O Globo, fez com que a ministra do Meio Ambiente da França, Ségolène Royal, pedisse que a população parasse de consumir, porque a produção causa um grande impacto ambiental. O óleo vegetal é extraído da palma, uma planta popular em países com altos índices de desmatamento, como Indonésia e Malásia. Neles, árvores de outras espécies estão sendo derrubadas para aumentar a área dedicada à planta que, depois, fornecerá a matéria-prima para o creme.
Episódio: #11 e #23