Sou daquelas pessoas que adoram aniversário. Gosto do meu e do de qualquer outra pessoa. E aniversário para mim tem que ter festa, de preferência com comida boa. Por isso, adoro as festas infantis, até hoje. Tem quem odeie pela barulheira e correria de crianças de um lado para o outro, mas eu procuro focar no lado bom: a mesa de doces.
Tudo começa com os salgadinhos circulando nas mesas. Aquela fartura de coxinhas de galinha, risoles e pastéis para todo o lado me anima. Começo a colecionar os papéis de tudo que comi e a fazer um bolinho deles. Gosto de todos, mas quando aparece o croquete recheado com queijo, meu coração dispara e fica difícil comer outra coisa.
Eis que surge aquele momento decisivo para saber se a festa vai ser boa ou não: a hora do cachorrinho-quente. Pão macio, salsicha e molho de tomate. Não precisa de mais nada. Em se tratando de aniversário, sou dos clássicos. Esse monte de batata palha e outras coisas que enfiam no cachorro-quente para mim só valem em carrocinhas no meio da rua. Dia desses fui em uma casa de festas que oferecia até jantar com prato e talheres. Fiquei decepcionado pois só queria saber dos cachorrinhos mesmo. Na festinha de criança, menos é mais.
Tenho grande dificuldade de esperar o parabéns para atacar a mesa de doces, eu confesso. Espero duas ou três crianças burlarem a regra velada de não roubar um doce antes da hora e belisco um tentando disfarçar do resto da festa. É mais forte do que eu. Quando finalmente termina o coro de “é big, é big, é hora, é hora, ratimbum”, me dedico a experimentar tudo de bom que a mesa oferece.
Sinceramente, não entendo a necessidade de tanta variedade de docinhos quando sem tem os tradicionais brigadeiros e branquinhos. E não estou falando desses gourmets, que acho ótimos, mas sim do brigadeiro com granulado de chocolate e o branquinho envolto em açúcar. Assim mesmo, sem inventar. Melhor que isso, só pegar um de cada e grudar os dois formando o próprio casadinho. Isso forma caráter gastronômico. Repito o ritual de comer casadinhos até não aguentar mais e ignoro solenemente qualquer cupcake metido a besta que fique me encarando. Quando chega a hora da torta, invariavelmente já queimei a largada.
Só uma coisa me deixa mais feliz que comer essas coisas em aniversário de criança, é quando sobra uma caixa para o dia seguinte. É verdade que, geralmente, a caixa fica cheia de cajuzinhos e doces com fios de ovos, mas sempre dá para salvar uns docinhos que deixam o dia seguinte mais feliz.
LEIA OUTROS TEXTOS DE DIEGO FABRIS
// Para compartilhar
// Meu companheiro, o café
* Conteúdo produzido por Diego Fabris