Tristeza, saudade, desamparo. Alguns dos sentimentos que temos quando descobrimos que um dos nossos restaurantes preferidos fechou. Aconteceu comigo essa semana quando recebi a notícia do encerramento das atividades do Steinhaus.
Foi lá que tive uma das primeiras experiências marcantes de alta gastronomia. No ambiente com paredes de pedra e poucas mesas, experimentei pato e spatzle pela primeira vez. O couvert era um show à parte, com legumes cortados em tiras de forma pouco convencional e um ovo de codorna sempre saboroso. O atendimento cortês era outra marca da casa, que tinha alguns garçons com muitos anos de salão.
Perde a gastronomia alemã. Perde a gastronomia gaúcha. Só resta a mim e a tantos outros clientes da casa lembrar com carinho dos momentos felizes vividos por lá.
Já tinha vivido este sentimento de ficar órfão de um restaurante quando o Joe’s fechou. Era a lanchonete da minha infância, na qual eu sentava no balcão e pedia sempre a mesma coisa: xis simples e milk-shake de chocolate. Também essa semana fiquei sabendo que o querido restaurante Don Nicola, do lendário frango prensado, já não atua mais naquele antigo e belo casarão no bairro Bela Vista.
Você aí, certamente, deve ter essa relação de tristeza com algum outro lugar que fechou nos últimos tempos. Deve ter saudade do sabor de algum prato que não pode mais provar. Mas não adianta ficar chorando sobre o leite derramado. Por isso, listei os lugares clássicos que eu adoro na cidade e me comprometi a visitar um por um nas próximas semanas. Também fiz uma lista dos restaurantes novos que abriram recentemente e pretendo conhecer alguns, pois a cidade precisa de tradição mas também de novidades. Se eu fosse você, faria o mesmo. Deixaria esse papo de crise pra lá e ajudaria a cidade a se manter viva e vibrante. Afinal, investir o dinheiro em boa gastronomia é investir em saúde, cultura e felicidade.
* Conteúdo produzido por Diego Fabris