Existem certas histórias por trás da gastronomia que vão muito além da comida boa e bem servida. Um grande exemplo disso é a trajetória da carrocinha do Dog do Formiga.
Tudo começou quando decidimos fazer uma pauta sobre cachorro-quente na Capital. Em uma segunda-feira à tarde, enquanto passava pela praça Júlio de Castilhos, logo em frente à minha casa, conheci Airton de Andrade e Tatiana Cristina de Castro Scheffer, juntos há mais de 12 anos, e que realizaram o sonho do negócio próprio.
– Minha história começou em 1998, dentro da Fiat, quando eu era motoboy. Virei o Formiga por conta das entregas que eu fazia, não sei muito bem explicar o porquê, mas o apelido pegou entre os amigos – conta Airton.
Desempregado, decidiu vender churrasquinho na rua. Na época, quem passava pela esquina da PUCRS, encontrava ele por lá, com sorriso no rosto, vendendo carne no espetinho:
– Chuva, sol, frio, eu estava lá, vendendo churrasquinho e deixando o povo feliz e alimentado – relembra.
Despretensiosamente, mas um pouco pretenciosa também, sugeri fazer um conteúdo de vídeo para o Instagram do Destemperados com eles – esse aqui em cima –, buscando gravar o preparo do lanche, e nada mais. Mas como uma boa amante de grandes histórias, percebi que só o vídeo não seria suficiente, e que valia uma experiência um pouco mais completa.
Antes de qualquer coisa, precisamos dar destaque para a maionese caseira do estabelecimento, que não leva um, nem dois ou três ingredientes. No total, 23 itens compõem o molho da casa, que por motivos óbvios é o carro-chefe do menu.
Maionese caseira com 23 ingredientes
A ideia da maionese surgiu com uma vontade de reproduzir a famosa mistura do Big Tasty, do Mc Donald's, que o casal amava. Nos testes de receitas, viram que poderiam inventar a própria maionese, com suas preferências e, claro, com alguns segredinhos familiares.
Azeitona verde e preta, páprica defumada, ovo em pó desidratado, mostrada em pó, açúcar, sal, molho inglês, limão, molho barbecue, alho-poró, orégano em pó, ketchup e óleo, são alguns dos componentes presentes nessa especialíssima maionese. Tudo é feito com porções milimétricas, que formam um sabor único para quem experimenta.
Na hora de pedir meu lanche, fui de completo, do jeito que precisa ser. Pão de cachorro-quente, duas salsichas, maionese da casa, molho, milho, ervilha, batata-palha, tomate e alface (R$ 14). Ao todo, são seis opções de lanches: simples, com uma salsicha ou linguiça e pão de 15cm; duplo, com duas salsichas ou duas linguiças e pão de 21cm; e triplo, com três salsichas ou três linguiças e pão de 25cm.
O lanche ainda é prensado, para que tudo fique bem quentinho e não caia na hora de comer, simplesmente maravilhoso. Fazia tempo que não comia um cachorro-quente de rua tão bom!
Liberação do ponto na Praça
O casal me contou que teve alguns problemas com a documentação necessária para realmente pôr o food truck na rua. O processo todo demorou cinco anos. Ou seja, o sonho do próprio negócio já estava pronto, mas faltava pôr a mão na massa.
De 2013 a 2017, vendiam churrasquinho na esquina da PUCRS, enquanto esperavam ansiosos pela liberação da Prefeitura. Em 18 de julho de 2017, abriram as portas para o tão sonhado ponto, em frente à Praça Júlio de Castilhos.
– No primeiro dia, a gente tremia, não sabíamos muito o que fazer, sabíamos que queríamos que o pessoal provasse nossa comida, que até hoje é feita com o mesmo carinho – conta a dupla.
Hoje, com o sucesso da carrocinha de cachorro-quente, o casal planeja os próximos passos. A novidade do ano é o Xis do Formiga, que irá abrir na Av. Independência daqui alguns meses.
Esperamos ansiosos para a abertura, já que temos a certeza de que os lanches vão ser preparados no mesmo capricho e amor que o cachorro-quente.
A gastronomia realmente muda vidas!
DOG DO FORMIGA
Praça Júlio de Castilhos, no bairro Independência, em Porto Alegre
Telefone: (51) 98907-0992
De segunda a sábado, das 11h às 19h