Instituída em 2019 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a data homenageia mundialmente o papel do feijão na alimentação de milhares de pessoas, sendo o principal prato dos brasileiros há décadas. Além disso, a comemoração também inclui outras leguminosas de sementes secas como o grão-de-bico, a lentilha e a ervilha, os chamados “pulses”, como excelentes fontes de proteína, fibra, cálcio, fósforo, ferro e vitaminas A e do complexo B.
Segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), os pulses, de maneira geral, podem ser considerados os alimentos mais nutritivos que existem, garantindo inclusive o título de superalimentos. Entre os seus benefícios estão o controle do peso e das taxas de açúcar no sangue, a manutenção da saúde do coração, a prevenção de alguns tipos de câncer e, inclusive, a melhor nutrição durante a gravidez. Além disso, estas sementes têm folato, que se transforma em ácido fólico no organismo, uma vitamina importante para combater a depressão e o mau humor.
De acordo com a nutricionista especializada em comportamento alimentar, Lidiane Pellenz, a inclusão destes alimentos na dieta diária se torna muito fácil, já que eles são muito versáteis na cozinha e possuem preço acessível. Os grãos podem ser consumidos verdes, secos, reidratados, torrados ou cozidos, seja em saladas, aperitivos, pastas ou ainda no preparo de pães, massas e sobremesas.
– O feijão faz parte da cultura alimentar brasileira e, a nível mundial, pode ser visto como um dos mais importantes grãos para a população, principalmente na América Latina. Além de fazer parte do grupo das leguminosas, um grupo alimentar de bastante valor nutricional e baixo custo, sua preparação vai de pratos como acarajé, saladas, pastas e sopas até bolinhos fritos de feijão. Só depende da imaginação – destaca Lidiane.
Segundo maior produtor mundial de feijão, atrás apenas da Índia, o Brasil lidera o consumo deste grão e sua grande variedade. Conhecido como carioquinha, o feijão carioca, é o mais consumido, correspondendo a 85% das vendas. De aparência bege com listras marrons, o grão de casca fina pode ser cozido sozinho, com embutidos, como tutu, bolinho e até hambúrguer.
Com maior concentração de ferro, cálcio e carboidrato, o feijão preto também é bastante apreciado em todo o país como ingrediente da feijoada e da culinária mexicana, além da típica combinação do feijão com arroz em pratos como a à la minuta. No entanto, de acordo com Lidiane, vale também investir em receitas mais leves com carne seca magra, linguiça de frango, paio magro ou lombo suíno, por exemplo.
– Segundo o guia alimentar da população brasileira, a quantidade de feijão ideal na dieta seria de, em média, duas a quatro colheres de sopa por dia. Contudo, embora o feijão seja um alimento rico em proteína vegetal, vale lembrar que acompanhamentos como carnes magras, de preferência brancas, também são importantes para uma refeição leve e equilibrada – ressalta.
Outros dois grandes companheiros dos brasileiros são o feijão branco e o feijão vermelho. De grão pequeno, a versão vermelha pode ser frequentemente encontrada em pratos tipicamente brasileiros, como em sopas, o famoso feijão tropeiro e combinações com carnes, gerando bastante caldo. Já o branco é o menos popular e, por isso, há menos plantações dessa variedade mais consumida em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Seu uso é indicado em preparações doces ou salgadas, como dobradinha, saladas, ensopados ou sopas.
– No sul do Brasil, o consumo maior é do feijão preto, mas vale ressaltar que explorar a ampla variedade desses grãos, alternando eles nos preparos alimentares, faz com que o valor nutricional e a variedade aumentem e tragam maiores benefícios para a saúde – explica a nutricionista.
Para ajudar você a variar no feijão com arroz, que tal uma deliciosa receita para turbinar a sua refeição do dia a dia?