Quando pensamos em vinho, naturalmente, a Europa vem à mente. Com destaque para a França, país que divide a liderança de consumo e de produção com a Itália. Os franceses têm a bebida como um hábito de vida, raramente fazem alguma refeição sem uma taça ao lado. Pesquisas recentes apontam os benefícios do vinho para a saúde da população, que tem alto consumo de manteiga e, ao mesmo tempo, índices pequenos de doenças cardiovasculares.
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Falar do país europeu sempre me remete a muitas coisas: croissant, croque madame, queijo brie e camembert, cabernet sauvignon, champagne, Bourdeaux, Bourgogne e assim por diante. Mas explicar o vinho francês é muito complexo. Existem mais de 300 Appellation d’Origine Contrôlée (AOC), que são controles geográficos sobre a área do vinhedo que estipula quais variedades de uvas podem ser produzidas no local.
Mas, para simplificar, selecionamos quatro importantes regiões para compartilharmos um pouco mais desse universo tão rico que é o vinho francês.
1 BORDEAUX
É a terra conhecida pelos châteaus, grandes propriedades que abrigam vinícolas na região. O clássico corte bordalês, composto por cabernet sauvignon, merlot e cabernet franc surgiu a partir dessa região, que tem como destaque as uvas tintas. Entre os rótulos brancos, há os doces vinhos sauternes, elaborados com as variedades sémillon e sauvignon blanc, que apresentam acidez e um sabor digno da nobreza francesa.
BORDEAUX E SEUS GRANDS CRUS CLASSES de Leonardo Liporone Baruki
Preço médio: R$ 50
2 BOURGOGNE (OU BORGONHA)
É a terra do chardonnay e do pinot noir. Por lá, encontram-se os famosos vinhos Chablis, que se dividem entre grand cru, premier cru, chablies e petit chablis – nomeações que variam de acordo com a localização de produção dos rótulos. Por ser uma região que ainda sofre muito com as geadas, há inconstância no número de garrafas produzidas a cada safra. Os aromas dos vinhos da Borgonha lembram ervas e, principalmente, camomila, que trazem aquele conforto e explicam o motivo de serem tão valorizados. Borgonha é também o berço
do Romanné-Conti, um vinho ícone e histórico, considerado um dos melhores do país. Por mais que a uva pinot noir seja uma variedade mais leve e de menor intensidade de cor, nessa região, encontramos vinhos com vida mais longa e de maior estrutura. Procurando bem, é possível experimentar ótimos vinhos sem pagar preços tão elevados. Por lá, também existe o Beaujolais, um vinho elaborado com a uva gamay, extremamente jovem, fresco e frutado.
VINHOS DA BORGONHA - HISTÓRIA, TRADIÇÃO E CULTURA de Jean Claude Cara e Ligia Maria Salomão Cara
Preço médio: R$ 120
ATLAS MUNDIAL DO VINHO de Hugh Johnsons e Jancis Robinson
Preço médio: R$ 120
3 CHAMPAGNE
É a AOC mais conhecida do mundo. Os champagnes são elaborados pelo método tradicional (champenoise) no qual a segunda fermentação ocorre dentro da própria garrafa. As variedades permitidas para elaboração deles são pinot noir, pinot meunier e chardonnay, com tempo mínimo de 12 meses de maturação. O famoso Blanc de Blancs é o champagne feito apenas com a variedade chardonnay e blanc de noirs. Krug, Bollinger, Dom Pérignon e Veuve Clicquot são marcas de champagne centenárias que representam muito bem a região.
GUIA ILUSTRADO ZAHAR DE VINHOS FRANCESES de Robert Joseph
Preço médio: R$ 50
4 PROVANCE
É uma região localizada no sul da França e considerada a terra dos rosés, dos campos de lavanda, das cidades de Toulon e de Saint Tropez. De lá, saem os rótulos de coloração casca de laranja e de aromas extremamente frutados, agradáveis e que ganharam o mundo. Atualmente, a Provance está em processo de criação das suas próprias denominações de origem.
A HISTÓRIA DO ROMANÉE-CONTI de Maximillian Potter
Preço médio: R$ 45
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Se você gosta de comer e beber bem, e de falar sobre isso, vai gostar também do nosso podcast. O Foodcast é um papo descontraído da equipe de Destemperados sobre gastronomia, dá o play aí!