Ela pode até não chegar à final, mas tem tudo para fazer história no Big Brother Brasil 24. Sempre pronta para um embate e destemida frente à ameaça iminente do cancelamento, Fernanda já causou poucas e boas na edição do reality. A cada dia que passa, ela divide ainda mais a opinião dos espectadores com suas atitudes controversas e, ao mesmo tempo, mostra que é uma participante necessária ao BBB 24 — gostando o público ou não.
Envolta em polêmicas, a sister vem sendo considerada por muitos a vilã da edição. Se for, é a vilã de que o reality precisa, pois abraça a causa sem medo de cumprir todas obrigações de seu papel. E ela vem assumindo com maestria, a começar pelos barracos regados a ofensas e palavras de baixo calão.
Exemplo disso é o desentendimento que teve com Alane. Durante a briga, entre uma acusação e outra, Fernanda conseguiu ofender até a região anal da paraense. É claro que ela pesou a mão, mas não interessa aqui fazer um julgamento moral: importa perceber o quão verdadeira a modelo está sendo em suas atitudes, sejam elas boas ou ruins.
Fernanda só perdeu a medida nas palavras porque não está atuando (diferentemente de Alane, que parece calcular todas as suas falas). Ela se deixou levar pela emoção e, sim, errou; mas se o BBB fosse composto só por participantes perfeitos, não teria a menor graça. Para ser bom, o programa precisa de gente disposta a cometer erros e dar a cara a tapa, sem medo de sair cancelada.
Fernanda tem essa disposição fundamental. A sister foi ao reality para mostrar quem é, ponto. Se o público gostar, que bom; se não gostar, paciência, pois a vida vai seguir, as contas vão continuar chegando e os filhos dela continuarão precisando de uma mãe para criá-los. Ou seja: Fernanda não está nem aí para o cancelamento. Para ela, o que vier, é lucro.
Mais ácida que um limão
Com tal desprendimento, a sister tem tudo para seguir rendendo ótimos momentos no reality. Mas isso só para quem assiste, porque, para quem participa deles, a coisa pode não ser tão favorável assim. Exemplo é a discussão que Fernanda teve com Beatriz durante um sincerão, que acabou com a paulista fuzilada pelos argumentos certeiros da carioca.
— Tem um filme chamado 127 Horas que o cara agarra a mão na pedra. Se eu estivesse com a mão agarrada com você, não seria 127 horas, porque eu ia arrebentar minha mão em cinco segundos — disparou Fernanda para Beatriz, divertindo o público com a comparação.
Aí mora outro grande atributo da sister: ela é, inevitavelmente, muito engraçada. É bem verdade que seu humor soa tão ácido quanto um limão-taiti, mas não há como não se divertir com os comentários maldosos feitos por ela. Nem a produção do programa passa ilesa pela língua afiada de Fernanda, que está sempre pronta para maldizer alguém — principalmente se estiver acompanhada da amiga Giovanna Pitel, outra aluna exímia do cursinho de "como se tornar uma vilã carismática", da professora Nazaré Tedesco.
Com desempenho digno de novela, Fernanda preenche todos os requisitos de uma boa vilã, o que inclui também uma forte "razão de ser". Quando fala sobre as dificuldades na criação dos filhos (um deles atípico) como mãe solo, por exemplo, a sister consegue causar identificação e despertar a compaixão do público. Fica evidente que ela não está ali para ganhar seguidores ou virar uma espécie de subcelebridade, mas pelo objetivo real de garantir uma vida melhor aos pequenos. É fácil gostar de alguém assim.
Até mesmo porque, até o momento, Fernanda não foi cruel, não atacou minorias e não fez nenhuma grande maldade a ninguém. Só não tem paciência para alguns participantes (o que é bem possível de se compreender) e não faz questão de puxar saco e fingir simpatia. Se ela for mesmo a vilã da edição, está se saindo muito bem. É a vilã que queremos ver no BBB 24.