Julia Gama se mudou na última terça (10) para La Casa de Los Famosos, reality americano que é uma espécie de Big Brother com personalidades latinas. A ex-Miss Brasil 2020 é a representante brasileira do programa, que neste ano contará com mais 15 participantes e será gravado em espanhol.
"Levo comigo a garra, a força e a alegria de viver do meu povo. Nesta casa tudo pode acontecer e estou inteira para viver cada experiência intensamente, sempre sendo fiel à minha verdade", escreveu a gaúcha de Porto Alegre, horas antes de entrar no programa.
Em sua apresentação, Julia não deixou de ressaltar sua brasilidade, mas também prometeu mostrar mais do que isso. Sem medo de se posicionar politicamente, pronta pra "se jogar" e com uma bagagem de miss, a gaúcha tem tudo para se tornar uma das protagonistas de La Casa de Los Famosos.
Os gaúchos que quiserem assistir ao programa podem fazer isso pela internet. O reality é exibido nos Estados Unidos pela Telemundo, e no Brasil é possível assistir no Hulu Live e em alguns canais fechados. Ao mesmo tempo, as redes sociais da ex-miss atuarão na cobertura dos episódios.
A seguir, GZH elencou alguns motivos que podem fazer com que Julia Gama roube a cena em La Casa de Los Famosos. Confira:
Bem posicionada
Em suas primeiras horas no reality, Julia já mostrou a que veio e propôs uma reflexão aos colegas a respeito dos estereótipos de violência envolvendo o Brasil. Em um papo com outra participante, ela ressaltou a diversidade cultural das favelas e lembrou que lá surgiram estilos e ritmos musicais próprios.
Para quem acompanha a modelo, o posicionamento não é novidade. Frequentemente, ela toca em assuntos considerados polêmicos — o que inclusive lhe custou a participação no Miss Brasil de 2021. E quem acompanha reality show já sabe: se posicionar corretamente é um dos maiores trunfos para se sair vencedor.
Aqui do lado de fora, Julia já mostrou que não tem medo de assumir suas crenças. Em mais de uma ocasião, fez postagens críticas ao governo nas redes sociais — durante as últimas manifestações de 7 de Setembro, por exemplo, publicou um vídeo contra o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo ela, este episódio teria sido decisivo para que a organização do Miss Brasil de 2021 tivesse a desconvidado do evento, no qual ela passaria sua faixa para a vencedora.
— Tenho o direito de me posicionar politicamente, sobre coisas na qual acredito, sou uma mulher de 2022 — criticou Julia recentemente, em entrevista à Gaúcha. — Mas não me arrependo de ter lutado pelo que acredito porque acho que esse é o papel da miss: é ser voz, é levar uma mensagem, é abraçar causas.
Outro tópico que Julia costuma abordar é o direito das mulheres. Em sua participação no Miss Universo, um discurso seu sobre a mulher ainda ser considerada sem capacidade por alguns para estar à frente de seu país chamou a atenção dos jurados e garantiu que ela terminasse em segundo lugar no concurso.
— O mundo precisa da contribuição das mulheres — disse Julia, convidando as mulheres a "lançarem mão do seu poder ".
Sem medo de se jogar
Julia já prometeu: está entrando no La Casa de Los Famosos querendo mostrar sua personalidade. Em seu vídeo de apresentação, ela já adiantou que é comunicativa e que quer ser vista "em todos os cantos da casa".
A convivência, porém, pode ser um empecilho. Julia afirmou, no mesmo vídeo, que está acostumada a viver sozinha, então pode entrar em conflitos por ter que dividir a casa com outras pessoas.
E será que um romance pode estar no destino de Julia? A modelo já afirmou que não descarta a ideia.
— Faz tempo que estou solteira. Não é que queira me envolver com alguém, mas me conheço: sou romântica. Adoraria me apaixonar loucamente e sair da casa casada com o homem da minha vida.
Tópico sensível para alguns, o cancelamento não põe medo na ex-Miss:
— Tô indo com a minha consciência tranquila de que as minhas intenções são boas. Óbvio que, como humana, posso falhar e cometer erros. Mas quando temos consciência de que nossas intenções são boas, o risco de cometermos um erro é pequeno — falou, à Gaúcha.
História
Nascida em Porto Alegre, Julia não esconde sua paixão pelo Estado onde nasceu.
— Cresci em Porto Alegre, amo churrasco, amo andar a cavalo, minha família toda é daí, amo um bom chimarrão. (...) Para mim, não importa quantos países eu conheça, o pôr do sol do Guaíba sempre vai ser o mais lindo e a nossa terra é muito maravilhosa — declarou na mesma entrevista.
A carreira de modelo não começou tão cedo. Na juventude, Julia passou por problemas de autoestima e, com apenas 11 anos, foi diagnosticada com depressão. Antes de decidir ser miss, ela chegou a cursar três anos de engenharia química na UFRGS.
— Não tinha essa relação tão forte com a estética. Comprei meu primeiro salto alto para competir em 2014. Realmente acabei participando porque vi, na seletiva, como estudante de engenharia, que era a ignorante. Não sabia nada do que aquelas meninas sabiam. Vi uma oportunidade de me conectar comigo mesma, me cuidar, me amar. Ganhar foi algo extremamente surpreendente — revelou, à revista Donna.
A autoimagem dela começou a ganhar um up quando, em setembro de 2010, incentivada por uma amiga de infância, Julia mandou sua ficha de inscrição para o concurso A Mais Bela Gaúcha.
Em 2014, foi escolhida como a Miss Mundo Brasil daquele ano e representou o país no Miss World, o mais antigo concurso internacional de beleza do mundo. Na final, que ocorreu em Londres, a gaúcha ficou entre as top 10.
Mas, com a carreira de modelo e atriz na China, ela não cogitava mais competir nos concursos de beleza. Até que o empresário Winston Ling, proprietário da franquia do Miss Brasil, convidou Julia.
— Senti vontade de me posicionar artisticamente no Brasil com mais força. Foi o mesmo período em que me aproximei de Deus e comecei a rezar todas as noites. Tive um sonho em que estava no Miss Universo, e foi tão real que, quando acordei, tinha certeza de que estive lá. Toda vez que pensava no Miss Universo, me arrepiava. Comecei a pensar em como fazer isso acontecer.