Parece que foi ontem que as primeiras cantaroladas do refrão "a gente não vai errar", da canção Deixa Tudo Como Tá, de Thiaguinho, começaram a tomar conta da televisão, em meados de janeiro. A música foi cantada repetidamente pelos participantes do Big Brother Brasil 22, tornando-se uma marca da temporada que chega ao fim na noite desta terça-feira (26), a partir das 22h45min, na RBS TV, quando será conhecido o campeão.
Terceiro BBB a misturar famosos e anônimos no elenco, a edição deste ano fez história como a primeira a ter na final apenas integrantes do grupo Camarote — o grupo dos famosos. Arthur Aguiar, Douglas Silva e Paulo André são os brothers que disputam a preferência do público para encerrar o reality com o prêmio de R$ 1,5 milhão.
Mas não é só pela final de estrelas que o BBB 22 ficará marcado. Ao longo dos cem dias de duração, o programa passou por diferentes fases — por isso que, agora, pode ser até difícil se lembrar de quando os brothers e sisters só queriam saber de cantar Thiaguinho.
Abaixo, GZH relembra os principais acontecimentos que marcaram o Big Brother Brasil 22.
Coronavírus
O início da temporada, em janeiro, coincidiu com o avanço da variante ômicron do coronavírus pelo país, e o reality não passou ileso. Arthur Aguiar, Jade Picon e Linn da Quebrada contraíram covid-19 nas vésperas da estreia e precisaram permanecer isolados do grande grupo para cumprir quarentena.
O trio entrou alguns dias depois na casa, o que também impactou o jogo. Afinal, eles chegaram quando os demais já haviam construído algum entrosamento e naturalmente viraram o alvo da maioria no primeiro paredão.
Arthur Aguiar era a opção principal; porém, acabou vencendo a prova de imunidade ao lado de Douglas Silva. Com isso, Jade Picon acabou sendo a mais votada pela casa, mas deu sorte e se salvou no bate e volta. À época, ninguém sabia ainda, mas os atrasados se tornariam as figuras mais importantes da edição.
Rivalidade
Afinal, como falar do Big Brother Brasil 22 sem se lembrar da rivalidade entre Jade Picon e Arthur Aguiar? O antagonismo dos dois nasceu já nas primeiras semanas e foi o principal combustível para a movimentação do jogo.
Tudo começou quando Jade conquistou sua primeira liderança e indicou o ator para o paredão, alegando ter se decepcionado com ele (vale lembrar: porque não teria lhe dado parabéns pela conquista). Na semana seguinte, a sister foi líder novamente e repetiu a indicação, oficializando assim a guerra. E, quando atendeu ao big fone e precisou escolher alguém para disputar uma berlinda ao seu lado, escolheu Arthur e levou a pior.
O fato é que a treta entre os dois pode até ter começado por um motivo meio bobo e que ninguém entendeu direito, mas acabou sendo decisiva para a narrativa da temporada. De certo modo, foi responsável até por definir o grande favorito a sair campeão, Arthur — sem a rivalidade cravada por Jade, será que ele teria ido tão longe?
Lollipop
Por mais controverso que possa parecer, o quarto lollipop também foi um dos protagonistas da edição. Para que um lado vença, outro tem que perder, e nisso o grupo do cômodo cor-de-rosa mandou muito bem. Em matéria de derrota, os lollipopers são especialistas.
Foram tantas desventuras que o público acabou pegando gosto. Ainda que soe um pouco cruel, era divertido ver aquela galera sofrendo a cada terça-feira com a eliminação de mais um dos seus aliados. Eles quase nunca conseguiram evitar o pior, mesmo passando a semana inteira bolando estratégias que só resultavam em um ou mais dos seus emparedados.
Sem falar que foi dali que saíram os substitutos de Jade quando a influenciadora foi embora. A saída dela poderia ter significado o fim da narrativa de perseguição que alavancou o favoritismo de Arthur Aguiar, mas nomes como Laís e Eslovênia assumiram para si a rivalidade da amiga e garantiram que o ator continuasse em alta entre os espectadores.
Expulsão e desistência
Também é "cria do lollipop" a protagonista de um momento marcante da edição. A sister Maria, que acabou desclassificada após acertar um balde em Natália durante a dinâmica do jogo da discórdia, o que foi considerado agressão.
Além da expulsão, a temporada também foi marcada pela desistência de Tiago Abravanel. O neto de Silvio Santos acabou não aguentando a pressão do confinamento e apertou o botão que permitia aos participantes desistirem do jogo, dispositivo que apareceu pela primeira vez nesta edição do BBB.
Casa de vidro
Parte da desistência de Abravanel tem ligação com outra dinâmica importante para o BBB 22: a casa de vidro. Foi através dela que Larissa e Gustavo entraram no game e trouxeram para a roda informações privilegiadas do lado de fora — como a de que Tiago estava sendo visto como "falsiane" por parte do público, contada por Larissa, que desestabilizou o jogo do artista e o influenciou na opção por desistir.
Mas o grande destaque da casa de vidro foi mesmo Gustavo. O curitibano chegou com sangue no olho e disposto a colocar fogo no parquinho, mirando sem ressalvas na turma que estava "tirando férias" no BBB, sem comprometimento. Foi peça fundamental para que o programa ganhasse maiores ares de disputa e sobreviveu até o Top 6.
Macholândia
Outro marco do BBB 22 foi justamente o Top 6 estritamente masculino. Jessilane foi a última mulher a ser eliminada, deixando na casa ainda Arthur, Douglas, Eliezer, Gustavo, Paulo André e Pedro Scooby — a verdadeira vitória da chamada macholândia.
Com isso, pela primeira vez na história do reality show a final é formada apenas por participantes homens.
Fenômeno Arthur Aguiar
Se o BBB 21 teve Juliette como seu principal rosto, desta vez Arthur Aguiar é quem dá cara para a edição. O ator e cantor era um nome aguardado antes mesmo da confirmação de que estaria no reality, em grande parte por conta das polêmicas envolvendo sua vida matrimonial com a também ex-BBB e coach de emagrecimento Maíra Cardi. A expectativa foi alta e, bem ou mal, Arthur correspondeu.
Construiu seu favoritismo de diferentes formas ao longo do confinamento. Desde a carismática alegria por comer um pãozinho, contrariando a dieta restritiva defendida pela esposa, até a questionável narrativa de jogador solitário, ele conseguiu conquistar a torcida da maioria dos espectadores.
E por falar em torcida, a de Arthur foi um dos elementos mais emblemáticos do reality. A "padaria", como são chamados os fãs do artista, definiu alguns dos paredões mais importantes da temporada — por exemplo, aquele que eliminou Gustavo em vez de Eliezer, a escolha mais óbvia para o momento, mas a menos favorável para o jogo de Arthur.
Há quem julgue que o grupo também foi responsável por tirar a graça do reality show, já que mobilizou um verdadeiro exército para que os resultados fossem aqueles que desejavam — mas aí são outros quinhentos.
Tadeu, o grande campeão
Quem deve levar para casa o prêmio de R$ 1,5 milhão só se saberá na noite de terça-feira, mas se o BBB 22 pudesse eleger um campeão moral, este seria Tadeu Schmidt. O apresentador assumiu o comando da atração sob uma certa desconfiança do público, que ainda não o havia visto à frente de um programa de entretenimento, mas mostrou que tem, sim, a cara do Big Brother Brasil.
Tadeu conquistou a simpatia dos espectadores e, assim como deixou sua marca no Fantástico, deixou-a também no BBB 22. Seja por discursos sensíveis e carregados de humanidade, seja pelo pulso firme em jogos da discórdia ou pela animação contagiante ao narrar as provas do programa.
Entram para a história do reality inúmeros momentos protagonizados por ele. Por exemplo, quando usou a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para anunciar uma eliminação ou quando chamou atenção dos confinados para o pronome de tratamento correto ao se referirem a Linn da Quebrada, primeira travesti a participar do BBB — outro feito histórico da edição.